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Andrea Ladislau

Andrea Ladislau é graduada em Letras e Administração de Empresas, pós-graduada em Administração Hospitalar e Psicanálise e doutora em Psicanálise Contemporânea. Tem especialização em Psicopedagogia e Inclusão Digital. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional a pessoas do Brasil inteiro.
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 Desânimo ou Depressão? Como identificar os sinais

Depressão é coisa séria e se não tratada pode levar a consequências irreversíveis.
A depressão por causar esgotamento emocional paralisante.

É muito comum, confundirmos os sinais de depressão com simples preguiça, desânimo ou mesmo desinteresse. Quem nunca se sentiu desanimado, sem vontade de nada e até sem coragem de agir, não é mesmo? Todos já passamos por isso em algum momento da vida, é normal.

O que sinaliza que algo está errado é a intensidade e frequência com que se percebe esse estado de estagnação e desânimo. Se sentir assim após trabalhos intensos, físicos ou mentais, é justificável.

Afinal, é seu corpo sinalizando que precisa dar uma parada. Porém, sentir-se assim de forma contínua, por um longo período, sem qualquer motivo aparente, não é normal e pode ser indicativo de depressão.

A depressão é uma doença psicológica com sintomas muitas vezes mal interpretados. Ela pode sim causar desânimo, de forma a provocar uma sensação intensa de não ter ânimo para fazer nada. Isso pode ser devido à falta de dopamina, um neurotransmissor ligado à sensação de prazer.

Além disso, gera também a apatia que é mais do que falta de interesse.

Outro indício da depressão é a sensação de que tudo parece monótono e exaustivo, levando à necessidade de isolamento, uma falta de alegria, excesso de pensamentos negativos, vontade de permanecer na cama e um constante desalento.

Ou seja, tudo se torna um grande desafio. Associado a todos esses sintomas, temos o cansaço constante, no qual o indivíduo se sente fatigado e sonolento, com um cansaço que persiste mesmo após longas horas de sono.

Portanto, o sentimento de desânimo é parte do esgotamento psicológico causado pela depressão e alguns sinais são cruciais para diferenciar um simples desânimo de uma depressão constatada.

São eles:

  • Sentir-se culpado por estar desanimado, enquanto os outros parecem normais;
  • Mal levantou da cama e já quer voltar para ela;
  • Começa a descuidar da sua aparência ou não se importar mais com a alimentação adequada;
  • O bom humor das pessoas parece não fazer sentido e pode causar até irritação;
  • Tem vontade de abandonar objetivos que antes eram motivo de alegria;
  • Há um excesso de sono muito grande acompanhado de insônia; perde rapidamente o foco e a concentração, o que traz um sentimento de inutilidade;
  • O cansaço físico e psicológico são tão grandes que se questiona se não está doente de outra coisa;
  • Tem visto ou se comunicado cada vez menos com pessoas que foram sempre importantes na sua vida; e se for confrontado com qualquer problema que precisa resolver, começa a pensar que gostaria “de sumir”, para não ter que lidar com tal situação.

Esses indícios permanentes podem caracterizar uma depressão intensa, muito maior que um simples desânimo. Depressão é tratável e sem auxílio psicológico e psiquiátrico, fica mais difícil encarar todos esses sintomas.

É importante eliminá-los e encontrar ferramentas para reconstruir o equilíbrio. Mas isso só é possível através da aceitação de nossos altos e baixos.

Portanto, a depressão por causar esgotamento emocional paralisante e pode se apresentar em forma de desânimo ou tristeza constante.

Por isso, inclusive, muitas pessoas demoram para notar que não é natural perder qualquer tipo de motivação e querer abandonar situações antes mesmo de enfrentá-las.

Ter depressão não é estar tristinho, é estar doente. Cuidar do organismo reflete na saúde mental de forma positiva.

Depressão é coisa séria e se não tratada pode levar a consequências irreversíveis. Por isso é fundamental, prestar atenção em como reagimos às nossas necessidades e emoções, fingir que elas não estão ali só vai deixá-las mais intensas e provocar adoecimento físico e emocional.

 

Dra. Andréa Ladislau   /   Psicanalista

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