A mais nova troca de gentilezas entre o ex-presidente Lula (PT) e seu ex-ministro Ciro Gomes (PDT) vai dificultar o caminho da centro-esquerda nas eleições de 2022 no Rio. Os dois não se bicam há tempos e agora o caldo entornou: mesmo que as nuvens da política mudem, dificilmente voltarão a dividir o mesmo palanque num eventual segundo turno.
O deputado Marcelo Freixo trocou o PSOL pelo PSB para disputar o Governo do Estado do Rio sonhando com uma frente ampla para enfrentar o bolsonarismo. Mas o PDT de Ciro lançou candidato a governador o ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves. Frente ampla não será mais, agora nem mesmo num segundo turno.
Freixo e Rodrigo já devem ajustar as estratégias.
Ciro acusou Lula de ter “conspirado para o impeachment” de Dilma Rousseff, a ex-presidente petista tirada do poder pela mão ‘amiga’ do MDB do vice Michel Temer. Lula reagiu, disse que Ciro foi “banal e grosseiro”. Insinuou até que o antigo aliado teria problemas mentais. “Não sei se o Ciro teve Covid ou não, mas me disseram que quem tem Covid tem problemas de sequelas, alguns têm problema no cérebro”, disse Lula.
“Trágico mesmo seria ter uma sequela moral, como a do notório Lula, que com este comentário infame acaba de agredir milhões de mortos e sobreviventes da Covid”, retrucou Ciro.
Os dois pegaram em espadas. O pedetista claramente para buscar espaço na briga entre Lula e Bolsonaro, que hoje lideram as pesquisas, com o petista à frente. Haverá consequências também na disputa pelo Palácio Guanabara.