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Silvia Fonseca

Silvia Fonseca é jornalista e trabalhou por 30 anos no jornal O GLOBO, onde foi Editora Executiva. Tem pós em Gestão de Redação, tem uma consultoria em soluções de mídia e é sócia fundadora do A Seguir: Niterói. Nasceu em Minas, mas mora em Niterói há 32 anos.
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Bolsonaro só será detido se crescer nas pesquisas

carta democracia
Manifestação pela leitura da Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa da democracia, em São Paulo

O pluralismo e a eloquente adesão aos atos pela democracia no 11 de agosto não vão parar Bolsonaro em sua escalada golpista. O que poderá detê-lo  é justamente a democracia e a força das intenções de votos dos eleitores. As tão desprezadas (por ele) pesquisas eleitorais começam a registrar sinais de crescimento da candidatura do atual presidente à reeleição, a despeito de todas as sandices e os crimes dos quais é acusado. Se subir mais nas pesquisas e reduzir consideravelmente sua distância para o ex-presidente Lula, líder na disputa, Bolsonaro pedirá as urnas eletrônicas em casamento e vai jurar amor eterno ao TSE.

Por mais que possa parecer impensável a esta altura do campeonato, o atual presidente está ganhando gordura e subindo nas pesquisas. Nada que ameace o favoritismo de Lula hoje. Mas levantamentos recentes mostram que Bolsonaro está em empate técnico com Lula em São Paulo, maior colégio eleitoral do país. No segundo estado com maior número de eleitores, Minas Gerais, o presidente vem reduzindo gradativamente sua distância em relação ao líder petista.

A disputa ainda vai esquentar mais, muito mais. Bolsonaro vai para o tudo ou nada e não só no 7 de setembro. Também na TV e no submundo da internet. Lula igualmente jogará pesado. Simone Tebet, a candidata do MDB hoje em quarto lugar, atrás de Ciro Gomes (PDT), deve conseguir deixar de patinar e ganhar um viés de alta depois do bloco na rua. Tudo ainda está para acontecer, mesmo depois do 11 de agosto, que não terá força suficiente para abrir a mente do bolsonarista-raiz.

Só o que poderá deter a sanha golpista do presidente, e até levá-lo a jogar água fria no 7 de setembro, é se essa pequena reação detectada nas pesquisas se mostrar um pouco mais consistente. Quanto maior for o favoritismo do adversário, maior será o desespero e  mais graves se tornarão os atentados às instituições. Se vislumbrar alguma chance real de continuar no Planalto, vai recuar, abraçar o Centrão e mandar cessar os ataques às urnas eletrônicas.

O que está ruim ainda pode piorar bastante porque o país foi posto num beco sem saída, com a ajuda da oposição, inclusive, que deu votos para aprovar projetos que contrariam a legislação eleitoral, a decência e o respeito ao distinto público.

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