Niterói por niterói

Pesquisar
Close this search box.

Andrea Ladislau

Andrea Ladislau é graduada em Letras e Administração de Empresas, pós-graduada em Administração Hospitalar e Psicanálise e doutora em Psicanálise Contemporânea. Tem especialização em Psicopedagogia e Inclusão Digital. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional a pessoas do Brasil inteiro.
Publicado

Até onde o uso das tecnologias pode ser saudável para as crianças?

little-adorable-daughter-wear-glasses-have-fun-playing-laptop-pretenting-work-home-background
Quanto maior o tempo de uso da internet, maiores chances de problemas mentais.

Que nossas crianças e jovens estão cada vez mais interativos, não é uma novidade. Há muito se fala dos problemas de saúde mental que podem ser desenvolvidos por quem passa muito tempo na internet ou conectado a qualquer outra tecnologia.

Podemos enumerar vários sintomas decorrentes destes excessos tecnológicos, mas os mais comuns são: a solidão, depressão, ansiedade e baixa autoestima e a agressividade.

O estresse emocional tem alta relevância neste contexto, pois os baixos níveis de bem estar e qualidade de vida destes jovens e crianças, confrontam exatamente com o elevado número de horas em que se fica conectado.

Uma relação prejudicial aos olhos da saúde. Pesquisas revelam que três em cada dez crianças atualmente apresentam algum problema mental e que pelo menos um terço dos adolescentes diz que se sente triste ou que não tem motivos para viver.

Utilizar as tecnologias disponíveis sem um devido controle de equilíbrio para essa utilização, com moderação de tempo de uso, certamente, ocasionará o aumento dos distúrbios e descontrole emocional que culminam em doenças e sintomas diversos.

Por exemplo, o Transtorno da Dependência da Internet, a Nomophobia, o TOC (transtorno obsessivo compulsivo) e também a Síndrome do Toque Fantasma, na qual a pessoa tem sempre a sensação de que o aparelho está vibrando ou tocando, quando na realidade, são apenas breves delírios. Transtornos que se associam a sintomas diversos como a ansiedade, irritabilidade, alterações de humor e sono e a própria depressão.

Não podemos esquecer que a internet é uma poderosa ferramenta de comunicação que faz parte do cotidiano de todos, que possibilita usufruir as possibilidades da vida online, estar em contato com outras pessoas, ter acesso a informações, bibliotecas virtuais e participar de debates sobre temas que interferem em nossas vidas diariamente.

E em geral, os adolescentes equilibram o uso da internet entre comunicação, informação e entretenimento, utilizando-a para manter contato com amigos nas redes sociais, fazer pesquisa para trabalhos escolares e participar de jogos online.

O risco acontece quando o tempo de uso destas tecnologias ultrapassa os limites normais.

Quanto maior o tempo de uso da internet, maiores as chances de ocorrência de problemas psiquiátricos e mentais, pois como descrevemos, existe uma forte associação entre a dependência de internet e as alterações emocionais.

Portanto, o uso contínuo da rede pode indicar que aquela pessoa tem maiores chances de sofrer com algum tipo de insatisfação em sua vida.

Enfim, uma forma importante de amenizar este problema é instituir como rotina de via, o Detox Digital, um excelente exercício na busca do equilíbrio desta utilização tecnológica.

Caracteriza-se por permanecer por alguns períodos desconectados objetivando auxiliar o indivíduo a voltar a atenção para si mesmo, para os que estão ao lado e para todo ambiente ao seu redor. Restaura-se a estabilidade perdida no excesso de informação que provocou tanta ansiedade e cobrança a si mesmo. O equilíbrio e a moderação são importantes em tudo na vida.

 

Mas atenção: para afirmar que um jovem ou criança pode ser caracterizada dependente ou não de aparelhos eletrônicos ou internet, é preciso que esse usuário apresente algum tipo de sofrimento, direto ou indireto, relacionado a utilização excessiva além de uma dificuldade em se livrar do hábito.

 

É necessário, portanto, investigar o que está por trás desse comportamento compulsivo e buscar ajuda profissional para adquirir novas praxes de vida.

 

Dra. Andréa Ladislau

Psicanalista

COMPARTILHE