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Andrea Ladislau

Andrea Ladislau é graduada em Letras e Administração de Empresas, pós-graduada em Administração Hospitalar e Psicanálise e doutora em Psicanálise Contemporânea. Tem especialização em Psicopedagogia e Inclusão Digital. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional a pessoas do Brasil inteiro.
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As múltiplas personalidades que habitam em nós

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Quando uma pessoa diz que possui muitas personalidades, ela não está mentindo. Isso é real e alguns indivíduos podem sofrer com a manifestação do Transtorno Dissociativo de Identidade, ou como popularmente é chamado: múltiplas personalidades.

O transtorno nada mais é do que uma alternância de várias personalidades, provocando mudanças comportamentais que afetam as relações e o modo do paciente de enxergar o mundo. Porém, muitos entendem essas manifestações como farsa ou algo espiritual.

Mas o que vem a ser esse transtorno, do ponto de vista da saúde mental?

Em primeiro lugar é preciso deixar claro que o Transtorno Dissociativo de Identidade é verídico e acomete muito mais pessoas do que imaginamos.

É um tipo de transtorno mental que se caracteriza pela existência de duas ou mais personalidades ou identidades em um único indivíduo que se alternam no controle do comportamento.

Cada personalidade tem seu próprio nome e idade e um conjunto específico de lembranças e comportamentos característicos. Na maioria dos casos há uma identidade principal que leva o nome real da pessoa e é passiva, dependente e deprimida.

As outras identidades criadas têm características que contrastam com a identidade principal, como, por exemplo, sendo hostis, controladoras e até mesmo autodestrutivas.

Muitos são os fatores que podem desencadear o Transtorno de Personalidade Múltipla. Uma das causas pode estar relacionada à necessidade do indivíduo de aliviar algum sofrimento emocional.

Traumas que acabam criando uma confusão no cérebro, deixando a pessoa com a necessidade de se refugiar em outras personalidades que aparecem de maneira espontânea, como se houvesse mais de uma pessoa vivendo dentro de um único ser humano.

Um método de defesa que pode continuar até a idade adulta, criando novas personalidades em resposta a novos problemas, acabando com uma dezena ou mais de personalidades diferentes.

Os sinais que indicam a presença de um Transtorno de Personalidade Múltipla são:

  • amnésia;
  • mudanças postural e de tom de voz;
  • piscadas rápidas e mudanças faciais;
  • falar, caminhar e gesticular de maneira diferente;
  • mudanças das atividades cerebrais;
  • tendência suicida;
  • comportamento autodestrutivo;
  • automutilação e impulsividade;
  • ansiedade e mudanças de humor;
  • depressão e consciência alterada;
  • dores fortes de cabeça;
  • insônia e terrores noturnos;
  • sonambulismo;
  • abuso de álcool e outras drogas;
  • alucinações visuais e auditivas;
  • paranoias e fobias inexplicáveis.

O tratamento é a longo prazo com a orientação de psiquiatras, psicólogos e psicanalistas que irão aliar o acompanhamento terapêutico com medicamentos específicos para ajudar no confronto das experiências traumáticas dissociadas e aliviar a ansiedade ou sintomas depressivos, para dissipar a existência de identidades distintas, combinando-as e tentando reconectá-las a uma personalidade única, de forma harmoniosa.

Enfim, o Transtorno de Múltiplas personalidades existe sim, é raro, não possui cura e não é uma encenação ou um caso de manifestação espiritual.

O quanto antes for identificado e iniciado o tratamento com profissional de saúde mental especializado, maiores as chances de diminuir a intensidade da atuação das personalidades e fortalecer o “eu” (ego) do indivíduo, para que possa conviver com essa condição.

Pois, quando não tratado o quadro pode se agravar e provocar até mesmo o esgotamento mental.

Dra. Andréa Ladislau  /  Psicanalista

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