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Lupulinário

Por Sônia Apolinário

Sônia Apolinário é jornalista tendo trabalhado nos principais jornais do país, sempre na área de Cultura. Também beer sommelière, quando o assunto é cerveja e afins, ela se transforma na Lupulinário.
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Armazém São Jorge celebra seus nove anos

armazém são jorge taps

Bar especializado em cerveja artesanal, o Armazém São Jorge, no Jardim Icaraí, festeja, no próximo dia 30, seus 9 anos. Contar a história do estabelecimento é quase como contar a história da evolução do mercado da cerveja artesanal, em Niterói.

Então, vamos a ela!

Como bem diz o nome, o local começou com espírito de armazém e não de bar. O estabelecimento foi um dos primeiros a se instalar na Leandro Mota, quando a rua nem sonhava em se tornar um polo gastronômico. Também foi um dos primeiros, em Niterói, a apostar na cerveja especial. Era um negócio familiar e ainda é, mas com algumas diferenças.

Nas prateleiras, cerca de 300 rótulos de cervejas dividiam espaço com muitos vinhos e cachaça. Mas não só isso. Por lá, era possível comprar uma gama de queijos nobres, frios,  conservas e massas. Quem quisesse beber algo e petiscar também era muito bem-vindo.

– No começo, a cerveja era principalmente em garrafa e importada. Esse era o perfil da bebida, naquela época. O movimento das cervejas artesanais já chamava atenção no exterior e começava a dar os primeiros passos no Brasil, então, resolvemos apostar nessa novidade – conta Rogério Silva.

Aqui, um parênteses para apresenta-lo. Nascido e ainda morador de Itaboraí, ele foi um dos que ajudou a inaugurar o Armazém. Na época, era garçom. Tempos depois, passou para metre, virou gerente e, agora, é um dos sócios. Com a família que criou o Armazém em ano sabático, no exterior, dizer que Rogério é, atualmente, cabeça e coração do local não é exagero. Porém, é capaz dele não concordar – vai preferir dividir qualquer  mérito com os outros nove funcionários da casa. Detalhe: um deles é seu filho Victor.

A chegada das cervejas importadas aos supermercados foi a primeira chacoalhada que o Armazém levou. Mais ou menos na mesma época, começou o boom das cervejas artesanais nacionais. Trocar as garrafas gringas pelo chope brazuca foi, então, o movimento iniciado pelo estabelecimento e os primeiros passos que transformariam o local em um bar.

Logo, Niterói entrou na rota da produção de cerveja artesanal. No Rio de Janeiro e em vários estados, os lançamentos não paravam. O que fez o Armazém?  Se abasteceu com algumas torneiras para seguir trazendo as novidades, em forma de chope, para seus clientes. Atualmente, são 20 taps –  o único bar da cidade com essa quantidade de torneiras de chope.

O movimento cervejeiro de Niterói acabou resultando na criação da Confraria dos Cervejeiros de Niterói (CCN) que escolheu o Armazém como sede. A cerveja jorrava até que veio a pandemia do coronavírus.

– Tivemos que nos reinventar com o delivery. Tínhamos zero experiência com esse serviço porque nunca foi nossa prioridade. Teve um momento, que nem passar no bar para pegar o lanche as pessoas puderam. Durante a pandemia, os pedidos de chope em casa aumentaram muito e, junto, aumentaram os pedidos pelos petiscos. Agora, com o movimento do bar voltando ao normal, o delivery caiu um pouco, mas passou a ser um canal de vendas importante que não é possível negligenciar mais. Todos os dias, pensávamos que teríamos que fechar; ninguém sabia o dia de amanhã. Muitos clientes perderam o emprego. Foi um período muito ruim pra todo mundo. Isso que a gente viveu nunca será esquecido – lembra Rogério.

Depois de dois anos sem festa de aniversário, a comemoração dos nove anos tem um gostinho ainda mais especial para a turma do Armazém. E o esquema é simples: o ingresso dará acesso livre a todas as torneiras, além de um copo e camisa exclusivos do evento. Ao longo do dia, vão rolar brindes e sorteios.

Com a transformação do armazém em bar, o cardápio mudou. O Armazém também foi um dos pioneiros, em Niterói, a oferecer hambúrguer artesanal. E três deles foram batizados com nomes de beer sommeliers de destaque em Niterói:  Renha Burger (Gustavo Renha), Rio Beer (Sérgio Marques, um dos fundadores da CCN) e Lebre Burger (Gil Lebre).

Rogério não é beer sommelier, mas tem “hora copo” o suficiente para ajudar na escolha do chope ou na melhor harmonização com os itens do cardápio. Já Victor, “um gerente em treinamento” como o próprio Rogério define, já fez sua formação de sommelier de cerveja pelo ICB (Instituto da Cerveja Brasil). Se é fácil trabalhar com o filho?

– É fácil porque carrega a hierarquia de nascença – brinca Rogério.

Segundo ele, três estilos não podem faltar na casa, sob pena de muitas reclamações dos clientes:  Sour, Dry Stout e a super queridinha New England IPA.

E o que vem pela frente, agora?

Rogério Silva: de garçom a sócio. Foto: Divulgação

– Todas as mudanças que fizemos não foram planejadas. Fomos nos adequando aos diferentes momentos.  Agora, os chopes começam a dividir as atenções, outra vez, com cervejas importadas e isso é bem curioso. Quem começou no universo das cervejas artesanais nos últimos 4 ou 5 anos, está se voltando para as importadas, para conhecer os rótulos e estilos clássicos, como forma de ampliar os conhecimentos.

 

Serviço

Festa de 9 anos Armazém São Jorge

30 de julho, das 12h às 18h

Ingresso: R$ 325,00 (segundo lote) – open bar com 20 torneiras

Vendas diretamente com Rogério ou Victor no próprio Armazém que fica na rua Leandro Mota, 8, Jardim Icaraí.

 

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