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Andrea Ladislau

Andrea Ladislau é graduada em Letras e Administração de Empresas, pós-graduada em Administração Hospitalar e Psicanálise e doutora em Psicanálise Contemporânea. Tem especialização em Psicopedagogia e Inclusão Digital. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional a pessoas do Brasil inteiro.
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“Amnésia Dissociativa” – Efeito do estresse emocional

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A amnésia dissociativa também pode ser classificada como um tipo de Transtorno de estresse pós- traumático.

Ter a sensação de que sofreu um “apagão” na mente, pode estar diretamente relacionado a algum tipo de estresse emocional. Saiba que isso é muito mais comum acontecer do que podemos imaginar. E esse tipo de condição de saúde possui características muito peculiares e distintas, pois é uma espécie de incapacidade de recordar fatos, situações, informações e momentos importantes, geralmente de natureza traumática ou estressante, denominada amnésia dissociativa.

Pode ocorrer com qualquer pessoa e precisa ser tratada e diagnosticada para não se tornar frequente no dia a dia do indivíduo, pois, a tendência é se transformar em uma espécie de fuga da realidade para o não enfrentando da dor.

A amnésia dissociativa é um tipo de transtorno psicológico que ocorre devido a algum estresse ou trauma intenso e não permite que a pessoa se recorde de informações pessoais importantes.

Na grande maioria dos casos, o indivíduo têm uma ou mais falhas de memória, que podem durar de alguns minutos ou horas, e em situações mais graves, a duração pode levar a vida inteira.

Ou seja, a pessoa sofre o estresse, seja ele qual for, e a mente faz com que o evento seja esquecido por completo ou em pedaços, dissociando a parte abusada/ abalada ou em desequilíbrio, da sua consciência. É, portanto, muito diferente de um esquecimento comum, pois reflete uma defesa psicológica.

Os efeitos são muito parecidos com uma confusão mental e angustiante. A pessoa se sente confusa e pode revelar episódios de flashbacks do evento traumático ocorrido, mas não consegue lembrar do trauma, pelo menos no primeiro momento, com riqueza de detalhes.

A amnésia dissociativa também pode ser classificada como um tipo de Transtorno de Estresse Pós Traumático.

É como se a mente ou o inconsciente humano, na tentativa de proteger ou preservar o indivíduo, gerasse o apagão, camuflando ou eliminando informações importantes, relativas ao estresse sofrido.

A dinâmica se dá quando, ao se ver em uma situação de dor, a pessoa passa a experimentar múltiplas sensações e emoções ao mesmo tempo, como: angústia, medo, raiva, tristeza, ódio, pânico, insegurança, entre outros. E é essa incapacidade de gerir emocionalmente esses sintomas, que provoca o “apagão”.

O tratamento para recuperar a memória, passa pela psicoterapia e, em casos mais severos e prolongados, requer também o auxílio de medicamentos. O objetivo é trazer à mente o episódio, apoiado e amparado por neutralizadores emocionais que possam amenizar o impacto negativo e ressignificar o significante gerador do desconforto sofrido pós estresse traumático.

O mais importante é trabalhar o limite e a conscientização do indivíduo para que ele compreenda que nem tudo pode ser controlado ou evitado, principalmente, o que está externo a nós e o que se refere ao comportamento e atitudes do outro.

Enfim, quem sofre ou já sofreu com episódios de amnésia dissociativa experimenta sensações de desequilíbrio e dor intensa frente aos traumas e estresse excessivo, ao ponto de encontrar saída apenas nas fugas inconsciente da realidade, mesmo que momentânea.

E por incrível que pareça, esse tipo de transtorno acontece de forma muito frequente, mas até do que possamos imaginar. O mais importante é buscar ajuda para que, após a recuperação das lembranças, seja possível a incorporação do estado consciente sem sequelas emocionais intensas.

 

Dra. Andréa Ladislau  /   Psicanalista

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