No Mês de Conscientização sobre a Síndrome do Pânico, retomamos a análise relacionada aos aspectos que envolvem essa síndrome. Nos últimos tempos, alguns famosos vieram a público relatar suas experiências, nada agradáveis sobre essa condição clínica.
O que demonstra, mais uma vez que, personalidades públicas, anônimos ou qualquer mortal, pode sofrer com problemas psíquicos e emocionais. E todos estamos sujeitos a sofrer psiquicamente, visto que as fragilidades emocionais não distinguem anônimos de celebridades, assim como qualquer outro tipo de doença também não.
E como lidar com a ansiedade excessiva e o pânico? O que vem a ser essa síndrome e de que forma ela se manifesta?
A Síndrome do pânico é uma condição em que há crises súbitas de ansiedade, medo, desespero associados a sintomas físicos, como: dor no peito, falta de ar, tontura, formigamentos, tremores, suor excessivo.
A sensação é de morte ou perda do controle. A crise pode acontecer sem motivo aparente ou após um estresse emocional, e depois, gera ansiedade antecipatória (medo de acontecer novamente).
O medo de perder o controle da situação faz o indivíduo evitar lugares muito cheios ou fechados. E quando se forçam, acabam desencadeando novas crises que se tornam mais constantes, e atrapalham a realização de atividades simples do cotidiano, como: ir ao mercado, entrar no elevador, andar de ônibus.
Infelizmente, a síndrome aparece quando menos se espera! A duração da crise varia de pessoa para pessoa, podendo ter picos de 5 até 30 minutos, seguida por uma sensação de esgotamento e cansaço.
A busca por um acompanhamento psicoterápico é fundamental para entender quais os gatilhos para início dos sintomas e como controlar os efeitos perturbadores da síndrome.
Existe cura para a doença, embora seja difícil alcançar a cura completa do transtorno, pois a taxa de recaída da síndrome é bastante elevada e a maioria das pessoas volta a sofrer com os ataques.
Os medicamentos e a psicoterapia são os mais recomendados, já que atuam sobre os desequilíbrios bioquímicos que geram os efeitos físicos associados à doença, além de trabalharem os medos, as fobias, a ansiedade e provocar mudanças comportamentais para que o indivíduo aprenda técnicas que possam mudar a sua atitude diante dos ataques de pânico.
É preciso, ao menor sinal de que algo está errado ou fora de controle, buscar ajuda profissional e, se necessário, até medicamentosa para enfrentar a Síndrome do Pânico, uma vez que muitas pessoas sofrem com este problema e nem sempre sabem como agir.
Encontrar caminhos de libertação através da construção de uma rede de apoio, leituras e hobbies para sentir-se mais forte para lutar contra a síndrome é uma forma de amenizar os impactos da doença reduzindo a angústia, o elevado grau de estresse, por pensamentos irracionais, o medo generalizado, que chamamos de agorafobia, que impede a pessoa de se relacionar com outras à sua volta.
Ou seja, quem sofre com a síndrome de pânico, tendenciosamente, sempre procura estar isolado e sofre com a intensidade das crises. Por isso, uma rede de apoio bem estruturada com médicos, psicólogos, família e amigos, faz toda a diferença no controle da doença.
Enfim, como já sabemos por estudos e estatísticas sobre o tema, com a saúde mental não se brinca. A vulnerabilidade imposta por essa síndrome, por exemplo, pode afetar homens e mulheres em diversas faixas etárias e em qualquer classe social.
O ideal é, ao perceber o menor sinal de desequilíbrio, buscar ajuda de um profissional especializado que irá, através de ferramentas adequadas, identificar o problema e dar a tratativa correta para que se consiga viver de forma plena, saudável e equilibrada.
Dra. Andréa Ladislau / Psicanalista