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Andrea Ladislau

Andrea Ladislau é graduada em Letras e Administração de Empresas, pós-graduada em Administração Hospitalar e Psicanálise e doutora em Psicanálise Contemporânea. Tem especialização em Psicopedagogia e Inclusão Digital. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional a pessoas do Brasil inteiro.
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   Adolescência – aspectos emocionais que envolvem essa fase do desenvolvimenton

jovem feliz
Ao entrar nessa etapa da vida, os jovens estão iniciando a jornada de construção da identidade.

A adolescência é geralmente aquela fase em que os pais mais temem viver com seus filhos. Apesar de já terem passado por essa etapa da vida, sempre fica aquela sensação de desconforto e insegurança de como enfrentar o momento, já que as maiores preocupações são depositadas neste período, em que até as relações ficam mais complicadas.

 

Essa fase consiste no período do desenvolvimento humano de transição entre a infância e a vida adulta. Começa aos 10 anos e termina aos 19 completos. Além disso, ela é dividida em pré-adolescência – dos 10 aos 14 anos, adolescência – dos 15 aos 19 anos completos e juventude – dos 19 aos 24 anos. É fundamentada por um processo de maturidade crescente, que envolve uma série de transformações físicas, emocionais, cognitivas e sociais.

 

A fase da adolescência, sem dúvida, é a mais desafiadora. Motivo pelo qual, os adolescentes demandam um maior apoio dos pais para conseguir lidar com todas as transformações.  É um período em que o jovem perde a confiança completa que existia durante a infância, nos pais, quando estes eram os principais modelos a serem seguidos e, portanto, os seus grandes heróis.

 

Passando agora, para a autoconfiança no manejo da vida, à partir de suas próprias ideias e experiências sobre o mundo. Também é nesse período que eles iniciam a puberdade com visíveis alterações físicas e a vivência do luto pela perda do corpo infantil, da identidade e dos papéis infantis. Ou seja, mais do que nunca, fica claro que a fase da infância precisa ser sedimentada no diálogo e acolhimento familiar, uma vez que uma adolescência saudável começa na infância.

 

Ao entrar nessa etapa da vida, os jovens estão iniciando a jornada de construção da identidade. E é aqui que experimentam a forma dos sentimentos, percebendo inclusive a necessidade de gerenciar suas emoções. É um período dedicado a formar um ego saudável, pois na juventude focamos em estabelecer quem somos, definindo nossos valores, crenças e metas. E é exatamente à medida que amadurecemos, que começamos a explorar além das barreiras do ego, expandindo nossa consciência.

 

Por todas essas questões, a dinâmica comportamental do jovem evidencia que eles sentem uma forte necessidade de ter, cada vez mais, autonomia. Além de serem obrigados a aprender a se libertar das limitações do ego, que é um passo importante para o seu crescimento pessoal. Reflexões e ações delicadas que explicam a grande dificuldade do jovem em enfrentar e lidar com os “Nãos”.

 

Apesar de ser uma época de grandes descobertas, o que vemos na atualidade, do ponto de vista da saúde mental, são jovens relatando sempre uma sensação de vazio, revolta e falta de sentido na vida. O que é, facilmente justificado, pela explosão de sentimentos e de transformações no corpo e na mente. Tanto que, estão em eterna busca pelo pertencimento. Precisam se sentir acolhidos, precisam estar em grupos e por este motivo, experimentam diversas tribos para tentar se encaixar e se sentirem aceitos, pertencentes, afim de sair do desamparo e da solidão. Ou seja, diante de seus próprios conflitos, estão sempre em conflito com autoestima, tentando eliminar a insegurança e os medos.

 

Enfim, a adolescência, como todas as outras fases do desenvolvimento humano, tem tudo para ser um momento incrível das nossas vidas. Apesar de toda a turbulência no processo de autoconhecimento. No entanto, agora sabemos ainda mais que, vivê-la, pode não ser fácil, mas é preciso encontrar o equilíbrio para estar saudável e leve.

Dra. Andréa Ladislau / Psicanalista

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