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Andrea Ladislau

Andrea Ladislau é graduada em Letras e Administração de Empresas, pós-graduada em Administração Hospitalar e Psicanálise e doutora em Psicanálise Contemporânea. Tem especialização em Psicopedagogia e Inclusão Digital. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional a pessoas do Brasil inteiro.
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A relação entre o Home Office e a saúde mental do indivíduo

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O trabalho remoto virou tendência no mundo corporativo.

O isolamento social, ao qual fomos submetidos na pandemia, demandou uma série de modificações e adaptações no que diz respeito aos horários, modalidades e formatações trabalhistas.

Uma das mais significativas mudanças foi a implantação do home office, o trabalho remoto que virou tendência no mundo corporativo.

Um novo modelo que veio para ficar. No entanto, após um longo período de implantação, são inúmeras as queixas e relatos de pessoas que evidenciam vantagens e desvantagens psicológicas desse novo sistema laboral.

A migração expressiva das companhias que trocaram o trabalho em sedes e escritórios convencionais por atividades em casa, mostra que o adoecimento mental se acentuou bastante em decorrência desta opção.

Sendo a maior das queixas, a marginalização dos horários que eleva a carga de trabalho provocando uma maior exaustão mental da pessoa, além da síndrome do confinamento intenso, uma vez que o trabalhador permanece no mesmo ambiente, praticamente, por 24 horas, já que em sua grande maioria, fazem do próprio quarto seu ambiente de atividades laborativas.

O fato de estar em casa possibilita a falta de controle de horários tanto de empregadores quanto de empregados. Muitos relatam que o horário de trabalho tem sido estendido para além do estabelecido no contrato de trabalho.

Reuniões em excesso também é uma queixa apontada pela grande maioria.

O excesso da carga de trabalho pode denunciar a má administração das tarefas, onde o trabalhador vai até altas horas envolvido na produção, negligenciando seus horários de descanso e lazer.

Um outro fator importante é a redução ou extinção do networking e dos relacionamentos interpessoais que promovem bem-estar ao indivíduo. Uma perda muito significativa para o desenvolvimento das habilidades sociais que auxiliam no crescimento pessoal, no fortalecimento da autoestima, além de agregar valor nos aspectos ligados à comunicação em geral.

Além disso, a falta de concentração motivada pela junção dos ambientes profissionais e domésticos, registra a potencialização para o desenvolvimento de uma exaustão mental severa.

Em muitas situações, ao fim do dia, a carga emocional é tão pesada que o esgotamento fica visível e propicia o aparecimento de problemas orgânicos e físicos como: dores de cabeça constantes, irritação, tensões musculares e insônias.

Em suma, o Home Office deve ser melhor ajustado para que o sucesso produtivo laboral também seja aliado ao conforto e adequação harmônica tanto para o funcionário como para a empresa em si.

Porém, também não podemos deixar de citar os benefícios conquistados ao aderir a este novo modelo: a possibilidade de estar mais próximo da família e fazer suas refeições em conjunto, eliminar o estresse do trânsito que tanto consome energia e paciência, além de tantos outros pontos positivos.

Enfim, a grande questão é conseguir associar produtividade com bem-estar e equilíbrio, em qualquer ambiente.

Não faz qualquer sentido ter que produzir e ao fim do dia estar com a sensação de que o mundo está preso nas costas ou, simplesmente, não extrapolar os limites e desenvolver transtornos como a Síndrome de Burnout – a exaustão mental ocasionada pelo excesso de trabalho.

Portanto, a ordem é harmonizar lazer, trabalho, resultados positivos, conforto, comodidade, saúde física e mental, seja no presencial ou no home office.     

Dra. Andréa Ladislau / Psicanalista

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