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Andrea Ladislau

Andrea Ladislau é graduada em Letras e Administração de Empresas, pós-graduada em Administração Hospitalar e Psicanálise e doutora em Psicanálise Contemporânea. Tem especialização em Psicopedagogia e Inclusão Digital. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional a pessoas do Brasil inteiro.
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 A instabilidade subjetiva de quem sofre com o Transtorno Borderline

imagem pessoa triste
É muito importante que o diagnóstico do distúrbio seja fechado o quanto antes.

O Transtorno de Personalidade Borderline caracteriza-se por um tipo de sofrimento psíquico que não está fixado em delírios ou alucinações, mas sim em uma expressiva instabilidade subjetiva que fica na linha de fronteira entre a neurose e a psicose.

Mas o que seria realmente esse transtorno e de que forma ele se manifesta? Muito se ouve falar sobre este tipo de neurose. Algumas pessoas até usam, muitas vezes, até sem saber exatamente do que se trata, o termo “Borderline” para classificar pessoas que possuem alterações de humor. Mas seria isso mesmo? Vamos entender melhor que tipo de personalidade é essa e como lidar com pessoas afetadas por ela.

A personalidade Borderline corresponde a um transtorno mental que se manifesta, especialmente, através de demonstrações reais de instabilidade emocional muito acentuada. Muitos ainda confundem essas manifestações com o Transtorno Bipolar, mas sãos distúrbios com características distintas. Para evitar confundir, se faz necessário a análise de suas diferenças.

Dentro do comportamento Borderline podemos evidenciar: agressão, automutilação, comportamentos compulsivos, hostilidades, falta de moderação, comportamentos autodestrutivos e fobias severas. Um misto de sentimentos pode motivar os comportamentos, como por exemplo: culpa, ansiedade, perda de interesse, falta de prazer pelas atividades que desenvolve, solidão e tristeza. O paciente vê sua imagem distorcida e se alimenta de uma paranoia, associada ao narcisismo e a depressão. Neste sentido, como a instabilidade emocional é muito intensa, os Bordeline´s costumam ter problemas em seus relacionamentos pessoais, perdendo laços afetivos, familiares e de amizade.

E quais seriam as causas para este transtorno? Na realidade, não existe uma causa específica para quem desenvolve o Transtorno Borderline, sendo as crises geralmente manifestadas após conflitos emocionais difíceis ao longo da vida, que podem ser experiências como de morte ou separação, ou até mesmo abuso sexual – principalmente na infância e/ou na adolescência.

É muito importante que o diagnóstico do distúrbio seja fechado o quanto antes, para que a condução do tratamento culmine em um resultado satisfatório e não permita a associação de outros transtornos ou queixas maiores. Visto que, o Borderline não pretende causar mal a ninguém e nem a si mesmo, no entanto, o seu desequilíbrio emocional abrupto, cega suas ações e, inconscientemente, cria uma espécie de insanidade temporária.

Portanto, com acompanhamento adequado é possível controlar o transtorno. Em situações normais, o tratamento psicoterápico com psicanalista ou psicólogo, aliado a orientação médica e medicações específicas, consegue-se tratar o Borderline e fazer com que esse indivíduo tenha um maior suporte terapêutico no controle de seu transtorno Que fique claro, enfim, que a pessoa diagnosticada com o Transtorno de Borderline precisa estar em constante vigilância de um profissional de saúde mental, sendo acolhida e fazendo a administração correta da medicação proposta para que as crises sejam menos intensas e que ocorram em espaço maior de tempo, possibilitando qualidade de vida e equilíbrio psíquico.

Dra. Andréa Ladislau / Psicanalista

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