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Andrea Ladislau

Andrea Ladislau é graduada em Letras e Administração de Empresas, pós-graduada em Administração Hospitalar e Psicanálise e doutora em Psicanálise Contemporânea. Tem especialização em Psicopedagogia e Inclusão Digital. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional a pessoas do Brasil inteiro.
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A dependência emocional que nos leva a enxergar afeto onde não existe

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O maior desafio de um dependente emocional é se enxergar como dependente.

A condição psicológica classificada como dependência emocional é mais comum do que possamos imaginar. Esse tipo de demonstração de carência levanta discussões para compreender quando o afeto é apenas imaginário e a dependência emocional se aloja como um distúrbio psíquico que pode limitar as relações humanas e gerar dor e sofrimento mental para o ser humano.

 

A autoestima baixa e a evidente carência alimentam essa dependência. Tanto que, normalmente, quem sofre com esse distúrbio cria e fantasia romances e afetos, nem sempre reais.

 

Gera uma necessidade constante por cuidado e proteção, o que faz com que esse indivíduo se cegue e não consiga, muitas vezes, perceber que está anulando sua individualidade, pois passa a viver em função do outro.

 

Infelizmente, é cada vez mais comum, relatos de dependência emocional entre mulheres. Mas engana-se quem pensa que só acontece com elas. Os homens também podem se sentir diminuídos e perder o senso crítico. Um grande risco, já que relações desse tipo alteram o equilíbrio emocional.

 

A dependência emocional incapacita o indivíduo de dizer não e escancara uma necessidade de controle, o que seria um sinônimo de segurança. Além disso, a perda da autoconfiança também é um complicador para fomentar a condição destrutiva.

 

É preciso desenvolver a autoconfiança contínua e persistente, de forma realista, autêntica e socialmente apropriada, para que desta maneira, a dependência vá perdendo forças e dando lugar ao autocuidado, autoestima, autocompaixão e amor próprio.

 

O antídoto para encontrar o equilíbrio emocional é se conscientizar que existe uma dor e uma ferida que precisa ser tratada. Ter clareza de que se está vivendo uma relação tóxica, onde apenas o que é do outro e para o outro, faz sentido.

 

O respeito à individualidade é fundamental para que as decisões sejam menos opressoras. Afinal, não somos capazes de superar algo que estamos negando. Descobrir o gatilho e o porquê existe esse apego excessivo, sem dúvida, é o primeiro passo para a cura.

 

Porém, nem sempre se consegue fazer isso sozinho. Buscar apoio psicológico ajuda e muito, na identificação das causas.

 

Desse modo, o maior desafio de um dependente emocional é se enxergar como dependente. É admitir que passa por um problema psicológico e que o amor próprio e o resgate de sua essência são fundamentais para que consiga se livrar das cordas imaginárias que o prendem a outra pessoa.

 

Fácil não é, mas é extremamente necessário trabalhar o autoconhecimento e ser justo e honesto consigo mesmo a ponto de não permitir ser diminuído por nada e nem ninguém.

 

A cura começa com a consciência. A ferramenta é se propor exercícios mentais de tentar enxergar-se em um novo cenário, onde não exista a dor e nem a carência. Onde “eu” me basto e posso ser feliz sem depender do outro.

 

Enfim, várias pessoas sofrem com a dependência emocional e são conscientes que algo está em desajuste.

 

No entanto, a questão mais agravante é quando se vive em meio a uma relação devastadora, do ponto de vista emocional, e não se dá conta do quanto está se deixando afundar e se descaracterizar por ser tão dependente.

 

É preciso recuperar a autonomia emocional para encontrar o bem estar mental, tão necessários para o ser humano viver de forma saudável e equilibrada.

 

Dra. Andréa Ladislau

Psicanalista

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