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Andrea Ladislau

Andrea Ladislau é graduada em Letras e Administração de Empresas, pós-graduada em Administração Hospitalar e Psicanálise e doutora em Psicanálise Contemporânea. Tem especialização em Psicopedagogia e Inclusão Digital. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional a pessoas do Brasil inteiro.
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 A Alopecia e suas raízes emocionais

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A alopecia areata suscita cuidados da mente e do corpo.

Quem não conhece alguém que sofre com a queda, considerável, de cabelo? Ou mesmo a grande dificuldade de crescimento? Infelizmente, esse é um drama muito mais veio à tona do que se possa imaginar.

Muitos são os relatos sobre o acometimento da alopecia. Uma doença dermatológica autoimune que pode atingir pessoas de qualquer gênero ou idade. Mas o que vem a ser essa condição clínica? Como tratar e qual a relação com a saúde mental?

Existem vários tipos de alopecias, sendo a areata a que possui maior incidência entre os pacientes. Estima-se que cerca de 2% da população poderá ter pelo menos um episódio ao longo da vida, sendo que afeta tanto mulheres como homens e que surge mais frequentemente em crianças e adultos jovens.

Apesar da alopecia não provocar dor física, ela pode ter efeitos psicológicos importantes e, como tal, não deve ser desvalorizada. Ela se caracteriza por áreas localizadas de perda de cabelo ou pelos, motivada pelo estresse agudo.

Mas, também existem registros de alterações hormonais, infeções e alterações súbitas da dieta, que podem desencadear a doença.

A perda de cabelos se dá em áreas de formato arredondado ou que se estendem por todo couro cabeludo. Estudos demonstram que a dinâmica tem relação direta com nossas células de defesa que criam anticorpos contra os fios do nosso cabelo, e por isso há um processo inflamatório que ocasiona a queda.

Porém, diferente do que muitos pensam, a alopecia não é contagiosa. E através do tratamento adequado o cabelo pode crescer novamente, pois o quadro não destrói os folículos pilosos, só os mantém temporariamente inativos.

Normalmente, as mulheres são as mais acometidas, principalmente após a menopausa. No entanto, vem sendo observados casos em idades cada vez mais jovens e até em crianças. Apesar de não ter cura, a doença tem tratamento voltado para a diminuição da inflamação e a interrupção de seu processo evolutivo.

Vale lembrar que o diagnóstico precoce é essencial, pois a busca por um dermatologista, ao menor sinal de alteração no couro cabeludo, aliada à um tratamento multidisciplinar com um profissional de saúde mental, em muito agrega valor para reduzir os efeitos da alopecia.

Os efeitos emocionais são fatores desencadeantes de alta relevância da doença. Um contexto emocional desenhado por ansiedade exagerada, estresse elevado e depressão, germinam um cenário perfeito para desenvolvimento da alopecia. Além disso, as condições físicas ocasionadas no quadro, também podem influenciar na autoestima e autoimagem do indivíduo.

Mais uma evidência da importância da terapia dentro do processo de controle da queda de cabelo. Apesar da elevada frequência e da relevância quanto ao impacto psicológico, que fique claro que, sua origem não é ainda totalmente esclarecida, devido a influência de elementos genéticos, hormonais e ambientais. Além disso, as respostas aos tratamentos disponíveis também podem ser bastante variáveis.

Enfim, a alopecia areata suscita cuidados da mente e do corpo. Afinal, esse processo de afinamento dos cabelos ou de queda não acontece da noite para o dia. É uma evolução lenta e gradual. Mais um motivo para se estar atento aos efeitos e buscar ajuda precoce para auxiliar na contenção do processo inflamatório.

As emoções precisam ser identificadas e acolhidas. Os sentimentos aflorados devem estar no nível da consciência, assim como os gatilhos que desencadeiam a ansiedade e o estresse em excesso. Ou seja, sem tratamento médico e psicológico, a tendência é que os fios acometidos atinjam um comprimento cada vez menor, pois a fase de crescimento capilar, conhecida por anágena, é reduzida e a área de “pelada” se torne cada vez mais extensa. É muito importante evitar a automedicação para não perder tempo com tratamentos inadequados.

Dra. Andréa Ladislau / Psicanalista

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