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Lupulinário

Por Sônia Apolinário

Sônia Apolinário é jornalista tendo trabalhado nos principais jornais do país, sempre na área de Cultura. Também beer sommelière, quando o assunto é cerveja e afins, ela se transforma na Lupulinário.
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2024 começa com marca nova em Niterói

O ano de 2024 começa com marca nova em Niterói. A RiffHop será mais uma “moradora” da Vila Cervejeira. A inauguração do taproom é nesta sexta-feira (12), às 19h. Vai ocupar o espaço que foi da Oca do Arariboia e, na festa, vai  ter show da banda Dry Rocking. Nada disso é por acaso.

A Oca era do Alisson Christi, ex-cervejeiro da Arariboia, e vocalista da Dry Rocking. O baterista da banda, Davi Hermsdorff, é um dos sócios da RiffHop junto com o próprio Alisson, além do Daniel Caborges e do David Marins. Trata-se de uma verdadeira ação entre amigos cervejeiros, bem no espírito do início do boom da produção artesanal, no Rio de Janeiro.

Em março de 2022, quando deixou a sociedade da cervejaria Arariboia, Alisson tinha plena convicção que, dali para frente, sua ligação com cerveja artesanal seria apenas como consumidor e nunca mais como produtor. Pois “queimou a língua”.

– Da minha parte, já tinha decidido parar. Voltar a ter uma marca foi, realmente, coisa do destino – disse Alisson.

Essa “coisa do destino”, na verdade, atende pelo nome de Davi Hermsdorff, também cervejeiro e integrante de longa data da banda de Niterói, presença certa em eventos cervejeiros, formada ainda por Igor Figueiredo (baixo) e Amando Puente (guitarra).

Foi Hermsdorff quem começou a “(re)contaminar” o amigo com o vírus da produção artesanal e apresentou os futuros sócios da RiffHop, dentre eles, David,  ex-aluno do próprio Alisson da época em que ministrava cursos de produção de cerveja caseira, na cidade.

Votando no tempo, Alisson conta que na época em que saiu da Arariboia – uma decisão que ele disse que foi bem difícil de tomar – seu sentimento era de desânimo:

– Quando comecei, percebia o mercado cervejeiro sendo movimentado por muita paixão. Eu e vários outros viemos da cerveja caseira com o sonho de ter uma marca comercial. Aconteceu todo aquele ‘boom’ e começaram a entrar pessoas com o perfil de investidor. Era mais negócio do que paixão. Na pandemia, os pequenos tomaram uma surra muito grande. Muitas marcas saíram do mercado, que perdeu muita gente boa, excelentes cervejeiros que faziam ótimos produtos. É verdade que só paixão não funciona em um negócio, mas segura o pique.

Bem que Alisson tentou passar o ponto da Oca do Arariboia, mas não conseguiu e, há cerca de um ano, o espaço está fechado, apenas dando despesa. Torná-lo produtivo outra vez foi outro argumento usado por Hermsdorff para animar o amigo a voltar para as “panelas”.

Ok, você venceu, mas tudo deveria ser novo – do nome às cervejas passando, é claro, pelas receitas. E assim foi. RiffHop surgiu como união das duas paixões de Alisson e Hermsdorff: música (riffs de guitarra) e cerveja (hop, lúpulo em inglês).

Os sócios da RiffHop: Daniel Caborges (E), David Marins, Davi Hermsdorff e Alisson Christi (D).

A nova marca é uma cigana de Niterói que produz em uma pequena fábrica no Rio de Janeiro, a Paraphernalia. Fazendo jus ao nome, vai apostar, pelo menos nesse primeiro momento, em cervejas mais lupuladas.

As seis torneiras do taproom serão ocupadas com produção própria, colaborativas e convidadas. Dentre as produções próprias, o destaque é uma Summer Ale mais lupulada um pouco do que costuma ser esse estilo britânico que tem como características ser leve, refrescante e, geralmente, com lúpulos puxando para sabores e aromas cítricos.

Dentre as colaborativas, uma é com um personagem central da cerveja artesanal de Niterói, Sérgio Marques, mais conhecido como Rio Beer. Ele, Alisson e Leandro Boeta, também cervejeiro tradicional da cidade,  produziram a Rio Beer Ipa (6% ABV, 60 IBU) na niteroiense Noi, em Itaipu.

Outra colaborativa de Sérgio Marques vai ocupar mais uma torneira da RiffHop: a Transcend Session IPA feita com a Hankzbier (Juiz de Fora, MG).

– Ao longo do processo, fui me animando outra vez. Acredito que o mercado cervejeiro pode voltar a crescer em 2024 com a retomada da economia. Os quatro sócios são cervejeiros, todos têm receitas próprias. Isso vai dar uma dinâmica diferente para a marca. Vamos fazer produções pequenas, algumas experimentais. E, muito provavelmente, vamos participar dos eventos cervejeiros de Niterói. Até porque, a Prefeitura tem incentivado muito isso, o que foi algo bem positivo no ano passado – afirmou Alisson.

A Vila Cervejeira fica na rua Heitor Carrilho, 250, no Centro de Niterói

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