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“Não passei mal à toa”, disse Isabela Cardozo sobre o calor extremo que levou Niterói ao primeiro lugar da lista de lugar mais quentes do Brasil na última sexta-feira (18), com 38,6°C. Para surpresa de muitos, a cidade ultrapassou lugares reconhecidamente quentes, deixando alguns até descrentes. Como assim, Niterói, na beira do mar, virou Bangu?
“Mediram em São Gonçalo?”, questionou Jussara Pereira da Costa, nas redes sociais, ao comentar a notícia do recorde de calor na cidade. Outra leitora também duvidou: “Não acredito que seja mais quente que Bangu não!”. E não é que era? A informação foi confirmada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e pelo site ClimaTempo.
Verão é bom, mas depende. Essa é a impressão que fica, após a enxurrada de comentários de niteroienses nas redes sociais sobre o calor insuportável da última sexta-feira. Foram raros os que fizeram elogios ao clima, vencidos pela esmagadora maioria. Teve quem relatou queda de pressão, mal-estar, infelicidade com a estação, quem quase teve um “treco” por causa da quentura.
O assunto virou piada, e até apelido de “sucursal do inferno” a cidade ganhou. Foi meme de incêndio, labaredas de fogo, termômetros quebrando com a temperatura máxima, emojis apreensivos, surpresos, com suor na testa e por aí vai.
O simples ato de dirigir o carro foi problemático para Márcio Maia.
“Ao entrar no carro o banco estava tão quente que acho que fiz vasectomia”, brincou ele ao comentar a notícia do A Seguir: Niterói.
E as árvores? Por que cortaram?
Os niteroienses também fizeram críticas sobre o planejamento urbano. Muitas pessoas relataram insatisfação, por exemplo, com a arborização na cidade. “Precisamos de mais árvores. Elas são os aparelhos de ar-condicionado naturais. Qualquer lugar arborizado é bem mais fresco! A Prefeitura tem que plantar e incentivar e orientar quem o faz. Basta de desmatamento!”, escreveu Jaqueline Santos.
Para Ana Cristina Galvão, com a falta de mais áreas verdes na cidade, o calor extremo deve piorar sem uma iniciativa de reflorestamento. “A cada dia que passa ficará mais quente. A Prefeitura corta sem dó nem piedade árvores e mais árvores todo dia. Quando teremos plantio de árvores em toda cidade, não somente onde foram cortadas, mas em todas calçadas?”, escreveu ela.
Quando Marcia Allevato foi morar na Região Oceânica, cerca de 30 anos atrás, geava. Hoje em dia, segundo ela, o fenômeno não acontece mais. “A Avenida Central era toda arborizada. A própria Prefeitura veio e tirou, arrancou a maioria das árvores. Hoje é um lugar extremamente quente e seco”, relatou.
Selva de pedra
A quantidade de prédios e as construções em andamento ou previstas também foram apontadas como uma das causas pelo calor intenso na cidade. As novas propostas da Prefeitura para a legislação urbana não passaram despercebidas.
“Com prédio sendo construído pra todo lado isso aqui virou estufa!”, exclamou Romulo Monro, enquanto Vania Meirelles acrescentava:
“E ainda querem aprovar uma nova Lei urbanística que possa permitir mais ilhas de calor na cidade diminuindo as zonas de amortecimento”.
De fato. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a redução nas áreas vegetadas e a concentração de edificações e asfalto são dois dos fatores que contribuem para a formação das ilhas de calor. O fenômeno, que ocorre principalmente nas grandes cidades com maior adensamento urbano, é caracterizado pela concentração de calor e altas temperaturas.
Outono traz alívio
“Misericórdia! Vem inverno!”, pediu Ana Lúcia de Araujo Góes. Calma, cara leitora, há boas notícias. Inverno ainda não, mas o outono chegou neste domingo (20) com a promessa de temperaturas mais amenas.
O niteroiense pode preparar o guarda-chuva, porque tem frente fria chegando na cidade. O Centro de Monitoramento e Operações da Defesa Civil de Niterói avisou que a previsão é de chuva e vento a partir das 15h de domingo (20) até a meia noite de terça-feira (22).
Veja mais: Outono traz frente fria, após penúltimo dia de verão registrar 38,6°
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