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Moeda Arariboia beneficia milhares em Niterói, mas também recebe críticas

Por Camila Araujo
| aseguirniteroi@gmail.com

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Valor de R$ 90 por pessoa é considerado baixo para alguns; já o comércio vê programa de transferência de renda como um impulsionador da economia
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Cartão da Moeda Social Araribóia começou a ser entregue em 17 de janeiro. Foto: Reprodução Prefeitura de Niterói

Kátia Christina Mota, de 59 anos, está desempregada desde 2016, quando ficou doente, e hoje encontra dificuldade de conseguir um trabalho para pagar o aluguel e os remédios. “A idade não ajuda”, disse. Ela é uma das beneficiárias da Moeda Arariboia, programa de transferência de renda permanente da Prefeitura de Niterói que completou um mês desde a entrega dos primeiros cartões.

O programa é voltado para pessoas como Kátia, em situação de vulnerabilidade social, e com o objetivo de fortalecer a economia local. São R$90 por membro familiar inscrito no Cadastro Único Para Programas Sociais (CadÚnico), para famílias com renda total de até R$200 por pessoa.

A Moeda Arariboia substitui o Renda Básica Temporária, que foi utilizado pela Prefeitura como auxílio emergencial de R$500, de março de 2020 até o final de 2021. A diferença de valor foi sentida por quem depende do benefício.

– Eu recebo no Arariboia R$90. Só de remédio eu gasto R$350. Estou sem o remédio da circulação, pois ou compro o remédio ou como ou pago aluguel – conta Kátia, que se sustenta com ajuda de amigos da igreja que frequenta. Há seis anos, ela fazia bicos vendendo empada, mas hoje não consegue mais, por conta da úlcera e da depressão que desenvolveu, além das crises de pânico e ansiedade.

Ajuda para comerciantes locais

Segundo a Prefeitura, mais de 63 mil pessoas são atendidas pelo programa, além dos 5.500 comerciantes cadastrados que estão aptos a receber na moeda. A expectativa é injetar R$70 milhões na economia da cidade.

Depois de um período de crise provocado pela pandemia, alguns comerciantes viram o programa como um incentivo ao comércio local. Paula Cristina Melo, proprietária do salão de beleza Studio Garden, na Ponta D’Areia, a Moeda Araribóia ajudou a salvar o negócio.

– A gente estava meio sem movimento, sem frequência. Logo que lançou a gente cadastrou. Deu um upgrade bem legal. A taxa é bem menor que a do cartão normal, de 2%. Por aqui por perto todo mundo está usando. As farmácias, mercadinhos, padaria –, afirma.

A tal taxa de 2% sobre as operações vai ser utilizada para gerar um fundo que vai ser transformado em microempréstimos para ajudar no desenvolvimento econômico e social das pequenas empresas de Niterói. Quem explica é o presidente da Câmara dos Dirigentes Logistas, Luiz Vieira.

– O projeto é muito importante a nível de economia pois envolve maior circulação de dinheiro na cidade. Com certeza, o comércio está sendo beneficiado e temos um fluxo de procura para credenciamento bem satisfatório.

Quem tem direito

A Moeda Social Arariboia é um benefício para 27 mil famílias do Cadastro Único e do Bolsa Família e tem valor mensal médio de R$ 360,00, que pode chegar a R$ 540,00 para famílias compostas por seis integrantes, segundo informa a Prefeitura.

Os beneficiários foram pré-selecionados, de acordo com a inscrição no CadÚnico e a renda. É preciso lembrar que o critério é renda total familiar de até R$200 por pessoa.

Quem se enquadra nessa configuração e ainda não possui inscrição no CadÚnico, pode se dirigir até um dos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e aderir ao benefício.

Credenciamento de comércio

O comerciante que tiver interesse em se cadastrar e passar aceitar a Arariboia, pode procurar o Cras mais próximo de seu estabelecimento ou entrar em contato com a Central de Atendimento do Banco Arariboia pelo número 85-3269-9617 que também funciona como WhatsApp.

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