30 de dezembro

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Um ano de boas notícias, o desejo do morador de Niterói para 2022

Por Amanda Ares

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Com a maioria da população vacinada e espaços abertos como parques e praias, Niterói se tornou convidativa para aproveitar o verão ao ar livre
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Com pandemia controlada, niteroienses ainda optam pelos espaços abertos no verão 2022

O desejo cabe numa fita, destas de amarrar no pulso, como as fitas do Bonfim, da Bahia. Que 2022 seja um ano de boas notícias. São os votos do A Seguir: Niterói. Moradores da cidade exibiam nesta segunda-feira, 3, a fitinha que celebra o Ano Novo, em verde e branco.

A Seguir: Niterói, 2022 de boas notícias. Divulgação

A mensagem apareceu em locais simbólicos da cidade, como o MAC, o Campo de São Bento, o Parque da Cidade, somando-se às orações, oferendas, lentilhas e todas as ondinhas da virada do ano. Numa atividade em que os fatos se impõem, e não é possível escolher o que se publica, o site expressa o mesmo desejo de toda a comunidade: que o ano seja melhor para todos.

O A Seguir: Niterói acredita que 2022 pode ser um momento de retomada da vida da cidade, depois de dois anos de pandemia, e enormes perdas. Apesar da ameaça da Ômicron, a nova variante sul-africana, Niterói está mais preparada para enfrentar a doença do que nos anos passados, com a rede pública organizada, altas taxas de vacinação e uma demonstração de responsabilidade dos moradores, que, em sua grande maioria, aderiu à imunização e às medidas de proteção sanitária. Além disso, a cidade entra novo ano com um orçamento generoso e planos bem definidos para fazer frente à crise.

A cada nó, um pedido. Todos de boas notícias para a cidade. Divulgação.

Apesar da confiança, as recomendações para se evitar aglomeração permanecem, e devemos conviver por ainda por algum tempo com o uso de máscaras e a preferência por locais abertos. Neste verão de 2022 que apenas começa, o A Seguir: Niterói ofereceu a leitores uma “canga” como um convite ao morador para descobrir e aproveitar os cenários que mais gosta na cidade. Depois da chuva do fim de ano, e a promessa de sol, é só escolher a melhor paisagem: na praia, num banco de praça, numa trilha e viver o melhor de Niterói.

Praias

Diogo deixou o violoncelo e as partituras em casa e aproveita as férias nas praias de Niterói. Foto: Amanda Ares

De férias, o músico Diogo Moura (31), morador no Caramujo, aproveita a reabertura da cidade e as altas temperaturas para ir às praias da Zona Sul, como a de Boa Viagem:

– Eu gosto muito de vir de bicicleta.  Venho, prendo ela por aqui, vou ao museu, vou às praias…

 

 

Diogo começou a vida na música no projeto Aprendiz Musical aos 11 anos. Hoje, ele é professor do projeto, e violoncelista professional. Nem no tempo livre os alunos o deixam descansar, e durante a entrevista, ele precisou ouvir os áudios com as repetições de acordes, mas ele não reclama, e entre uma água de côco e outra, orienta os pequenos aprendizes. Em 2021, muitas de suas aulas foram à distância, e ele se diz aliviado por voltar a ter proximidade com a turma, graças à vacinação:

– Eu sentia falta daquela proximidade. Tomei já minha terceira dose, graças a Deus.

Ao colocar a fita no pulso, o violoncelista desejou para 2022 terminar de reformar seu fusca, seu hobby e outra grande paixão. Por enquanto, ele só quer aproveitar as férias, pedalando até as praias de Niterói.

Niterói permite desde outubro que as pessoas fiquem na praia sem máscara. Foto: Amanda Ares.

Campo de São Bento

A dançarina e artista plástica Carolina Hiss passou boa parte da infância no Campo de São Bento, quando visitava o avô em Niterói. A família decidiu se mudar recentemente de Itaipuaçu, em Maricá, onde Hiss enfrentava dificuldades de se deslocar, para Icaraí:

– Meu avô morava no apartamento onde estou morando agora, com meus pais, então o Campo de São Bento sempre fez parte da minha vida, desde a infância. E eu adoro morar em Niterói, aqui eu tenho a liberdade de pegar um ônibus e ir para o Rio, ou pro Centro, pra onde eu quiser. É diferente de Maricá, ou São Gonçalo, que não tem nada. Não têm essa preocupação.

Carolina frequenta o Campo de São Bento desde criança e acha um dos espaços mais acessíveis da cidade. Foto: Amanda Ares.

Durante a pandemia, ela passou muito tempo em casa, e aproveitou para fazer tutoriais de maquiagem e se aperfeiçoar em desenho. Mas agora que já tomou até a dose de reforço, aproveita os dias de sol e calor para circular livremente pela cidade – ou quase:

– Principalmente revisar as rampas. As rampas das ruas, das calçadas… tem uma rampa na Gavião Peixoto, entre o Center 5 e o Center 4, que é muito íngreme e tem um bueiro no final da rampa.

Rampa de acessibilidade na esquina da rua Gavião Peixoto com Lopes Trovão. O bueiro no final é perigoso para quem tem mobilidade reduzida ou anda em cadeira de rodas, como Carol. Foto: Amanda Ares.

Durante o passeio pelo parque, Carol foi apontando coisas positivas e também problemáticas.

Ativista pela visibilidade da Pessoa Com Deficiência, ela aponta detalhes que costumam passar despercebidos: “rampa com degrau”. Foto: Amanda Ares.

Para 2022, ela quer investir mais nas redes sociais e produzir conteúdo sobre e para pessoas com deficiência. Carol tem Artrogripose Múltipla Congênita, e quer trabalhar como influencer para ampliar a discussão anticapacitista:

– Espero ter mais leis de incentivo aos artistas de Niterói, artistas PCD’s também, mais olhar pra isso. Tô bem animada, espero ter mais liberdade pra andar por aí.

Horto do Fonseca

Saindo da Zona Sul, no Fonseca também existem espaços que foram e continuam sendo válvulas de escape ao confinamento. A produtora cultural e DJ Camila Cidade diz que ficou muito tempo sem ir ao Horto, e resolveu levar os filhos gêmeos. De férias da escola, eles passaram a entrevista toda correndo enquanto Camila conversava com o A Seguir sobre as pretensões para o verão:

Camila Cidade e os filhos, aproveitando as férias escolares no Horto do Fonseca. Foto: Amanda Ares.

-Horto é um privilégio, termos este jardim no meio do bairro asfaltado, babilônico do Fonseca. Eu curto a natureza e vejo melhorias no cuidado do espaço ao longo dos anos.

Ela disse que os dois últimos anos foram muito difíceis tanto para os gêmeos quanto para ela própria, pois o apartamento pequeno virou a escola, o play, o parque, o que não é suficiente para dois meninos de 9 anos, cheios de energia. Eles ainda não foram vacinados, e ela aposta no espaço do Horto como uma alternativa para as férias de verão.

Para 2022, a DJ e produtora espera que haja mais editais de incentivo para artistas da cidade. Ela produziu um curso online para produtores independentes, fruto de um dos editais de fomento à cultura na pandemia, que irá ao ar no ano que vem:

“O Horto é um privilégio. Temos este jardim no meio do bairro asfaltado”, diz Camila. Foto: Amanda Ares.

– Em Niterói, projetos como da retomada econômica na cultura, nos trouxe lançamentos, como por exemplo o curso tópicos de produção cultural para produtores práticos que irá estreiar agora em 2022 no ar.

 

 

 

 

Parque da Cidade

Outra opção é o Parque da Cidade, que funciona de 8h da manhã até o pôr do sol. O primeiro dia do verão, na terça-feira, 21 de dezembro, as duas rampas ficaram cheias de gente, até de fora de Niterói. Na ocasião, os primos Martina Guenther e Matheus Latgé correram para ver o primeiro pôr do sol da estação. Hoje morando em outros estados, chegaram na cidade para passar as festas com a família e resolveram o visitar o parque onde passaram a infância:

– Niterói sempre tem eventos, a gente gosta de estar na rua, é uma cidade muito boa pra estar assim, ao ar livre – disse Martina.

Eles esperam que em 2022 as pessoas possam estar todas vacinadas para voltarem a circular livremente: “Se apropriar da cidade”, disseram.

“Eu espero que em 2022 a gente possa voltar a se apropriar da cidade” dizem os primos Matheus e Martina. Foto: Amanda Ares.

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