Nunca antes neste país um presidente, no exercício do cargo, foi acusado de nove crimes por uma CPI. Inclusive crime contra a humanidade.
Nunca antes também nada acontece, mais de 630 mil mortes depois do começo da pandemia, dos desmandos e das fake news.
Apesar disso, ainda se diz que o Brasil tem instituições fortes e que não há risco de ruptura.
Se não há essa ameaça não é porque as instituições aqui são fortes – se o fossem, a coisa não teria chegado onde chegou, com desrespeito generalizado às leis e aos cidadãos, além da banalização da mentira e da esculhambação na relação público/privado.
O problema é que quem manda aqui é o Centrão. E enquanto o poder estiver nas mãos do Centrão, independentemente de quem se senta na cadeira presidencial, o Brasil caminha (ou anda pra trás) como o Centrão quer, no ritmo do Centrão. E não das instituições.
Como diria Roberto Jefferson, o amigo do rei que o acusou de “se viciar em dinheiro público”, o Centrão tem a máquina que tira tinta da caneta e limpa os cofres públicos.
Aliás, que país sério leva a sério sujeitos assim, que escrevem carta da prisão para o Presidente da República, postam fotos com arminhas, comandam um partido político e ainda recebem milhões em dinheiro público?
Enquanto isso, o Centrão disputa o passe do Presidente com o PP e o PL para as eleições de 2022. Sinal de que caneta e cofres estão funcionando muito bem, obrigada.