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Diante da negativa do governo federal em assegurar a distribuição de absorventes para meninas em extrema vulnerabilidade, Niterói se une agora à lista de cidades e estados que se esforçam para combater a pobreza menstrual. A Prefeitura anunciou, nesta segunda-feira, que vai disponibilizar o item de higiene em escolas, modulos do Médico de Família e através do Ambulatório de Rua.
O município se prepara para enviar uma Mensagem Executiva à Câmara de Vereadores para viabilizar a distribuição dos absorventes pela rede básica de saúde. Além de escolas municipais, a intenção é alcançar essas mulheres em situação de vulnerabilidade através de equipamentos públicos da Coordenadoria de Políticas e Direitos das Mulheres (Codim).
— Por vulnerabilidade econômica, muitas meninas e mulheres perdem sua Dignidade Menstrual, que é o acesso às informações, às condições de higiene e aos produtos de higiene pessoal. Os dados revelam que cerca de 29% das mulheres já passaram por dificuldades financeiras para a compra dos absorventes, assim como o estudo da Unicef revelou que 4 milhões de meninas deixaram de ir à escola durante o período menstrual, causando prejuízos para seu processo educativo — afirmou Fernanda Sixel, que está à frente do Codim.
A iniciativa coloca Niterói ao lado de outras cidades e estados que não esperaram ações da esfera federal para combater a pobreza menstrual. Na cidade do Rio, a distribuição de absorventes já ocorre na rede pública desde junho de 2019. Maricá anunciou, no fim da semana passada, que também vai atuar no combate à pobreza menstrual. Em setembro de 2020 a cidade de São José, em Santa Catarina aprovou lei semelhante. Entre os estados, Bahia, Pernambuco, Maranhão, Ceará, Alagoas, Rio Grande do Norte, Amazonas, Piauí, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Amapá também já têm projetos de lei aprovados nesse sentido.
Na esfera federal, no entanto, a iniciativa não encontrou respaldo. O Presidente Jair Bolsonaro vetou, no fim da semana passada, o projeto que já havia passado pelo Legislativo e que assegurava dignidade, saúde e higiene a estudantes em situação de vulnerabilidade social. O Governo vem sendo duramente criticado desde então.
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