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O Ministério Público recorreu de decisão da Justiça e pede a inelegibilidade do deputado Carlos Jordy (PL), por abuso de poder econômico na eleição de 2024. A Procuradoria Regional Eleitoral denuncia o uso irregular de meios de comunicação para detratar adversários e interferir nas eleições para a Prefeitura de Niterói.
Segundo o recurso, divulgado nesta quinta-feira (5), ao contrário do entendimento do tribunal de Justiça, na primeira apreciação do caso, ficou amplamente demonstrado que o jornal O Fluminense foi usado para atacar sistematicamente a imagem do então candidato Rodrigo Neves, distorcendo fatos e promovendo ao mesmo tempo uma cobertura claramente favorável ao candidato adversário Carlos Jordy. A edição impressa do jornal, que já não era publicada de forma periódica, passou a ser distribuída gratuitamente com milhares de exemplares nas ruas diariamente, no ano eleitoral de 2024.
“A análise detida das publicações revela que o Jornal ‘O Fluminense’ ultrapassou os limites do jornalismo informativo e plural, assumindo postura escancaradamente favorável ao candidato “Carlos Jordy”, com reiteradas manifestações positivas à sua candidatura e sistemáticos e veementes ataques ao então candidato Rodrigo Neves”, destaca o Procurador do Ministério Público Federal Flávio Paixão de Moura.
Em um dos exemplos citados, o parecer destaca que Carlos Jordy publicou em suas redes sociais uma capa de O Fluminense antes mesmo de sua veiculação oficial no dia seguinte, o que, para o Ministério Público, indica “acesso privilegiado e conluio entre o candidato e o veículo de imprensa”. O parecer pede também aponta a inegibilidade do sócio administrador do jornal, Lindomar Alves Lima, por oito anos.
“As provas demonstram a veiculação sistemática e massiva, durante todo o período eleitoral, pelo Jornal O Fluminense, de matérias desfavoráveis apenas ao então candidato Rodrigo Neves(…), ao mesmo tempo em que o periódico tão somente enaltecia o candidato Carlos Jordy, comprometendo, assim, o equilíbrio do pleito”, afirma o parecer assinado pelo procurador regional eleitoral Flávio Paixão de Moura Júnior.
A ação judicial foi proposta pela coligação “Por Amor a Niterói” e por Rodrigo Neves, que foi eleito prefeito de Niterói para o mandato de 2025 a 2028. A decisão agora está nas mãos do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro.
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