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Estudante morto durante a ditadura militar entra para o livro dos heróis do estado

Por Redação
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Aos 18 anos, Edson Luís foi assassinado pela polícia, em 1968, Ele se tornou símbolo da resistência estudantil contra a repressão política.
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Cortejo do estudante Edson Luís, pelas ruas do Centro do Rio, em 1968 – Reprodução

A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou, em segunda e última discussão, na terça-feira (6), a inclusão do nome de Edson Luís de Lima Souto no Livro dos Heróis e Heroínas do Estado do Rio. A medida está prevista no Projeto de Lei 606/23, de autoria da deputada Dani Monteiro (PSol), a iniciativa tem como co-autores Luiz Paulo (PSD), Carlos Minc (PSB), Professor Josemar (PSol), Flávio Serafini (PSol), Verônica Lima (PT), Elika Takimoto (PT), Marina do MST (PT) e Yuri (PSol).

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A medida segue para o governador Cláudio Castro que tem até 15 dias úteis para sancioná-la ou vetá-la.

Edson Luís foi um estudante assassinado pela polícia durante a Ditadura Militar em 1968, quando tinha apenas 18 anos. O jovem tornou-se um símbolo histórico da resistência estudantil contra a repressão política.

– Quero referenciar o quanto Edson foi um herói, pois lutava diretamente pela democracia, pela educação e pelo direito à alimentação. Isto é o que nos motiva a colocar o seu nome no Livro de Heróis – afirmou Dani Monteiro.

Natural de Belém, no Pará, Edson Luís se mudou para o Rio de Janeiro para terminar o segundo grau, atual Ensino Médio. Foi assassinado em março de 1968 após policiais militares invadirem o Restaurante Central do Estudantes, conhecido como Calabouço, no centro do Rio, onde estava acontecendo uma manifestação estudantil. No mesmo ano de seu assassinato, em dezembro de 1968, a Ditadura Militar endureceu o regime e decretou o Ato Institucional número 5 (AI-5), que permitiu a cassação de políticos eleitos.

Testemunha ocular

Os deputados Carlos Minc (PSB) e Luiz Paulo (PSD) presenciaram a manifestação em que o estudante foi morto.

– Sou testemunha ocular da história deste assassinato praticado pela ditadura. Os estudantes pegaram o corpo dele e trouxeram para onde hoje é a Câmara Municipal e eu estava presente porque, na época, eu também fazia parte do movimento estudantil. Muitos foram os intelectuais que aderiram a esse projeto pelo assassinato de um jovem, mas muito jovem, estudante. É hora de a gente resgatar esses heróis anônimos que lutaram pela democracia – disse Luiz Paulo.

– Esse caso levou a uma expansão do movimento estudantil. Lembro que o pessoal gritava ‘mataram um estudante. E se fosse um filho seu? Isso pegou na classe média porque, de fato, ele não estava cometendo crime algum e sim almoçando em um restaurante”, contou Minc, que acrescentou. “O Edson levou um tiro no peito e a polícia tentou tirar o corpo dele e levar embora para fazer a autópsia e esvaziar a manifestação. Os médicos Jamir Haddad e Luiz Tenório fizeram a autópsia no meio da manifestação para que ninguém levasse o corpo embora”, detalhou.

A deputada Dani Monteiro ainda lembrou que a Lei 8.439/19, aprovada pela Alerj, incluiu no Calendário Oficial do Estado do Rio de Janeiro o dia 28 de março como “O Dia Estadual da Juventude em Defesa da Democracia”, em homenagem ao estudante.

Fonte: Alerj

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