COMPARTILHE
Teatro, música ao vivo, dança e brincadeiras se encontram no palco no espetáculo “Bamberê”. Realizado pelo Grupo Baquetá, coletivo de Curitiba, formado por artistas negros e indígenas, o espetáculo valoriza a cultura das periferias, do povo preto e dos indígenas.
Leia mais: ‘O niteroiense é afetuoso’, diz Diogo Vilela que volta a Niterói com “O Bem Amado”
A peça terá exibição única neste sábado (10), às 16h, no Sesc Niterói, com entrada franca, e é voltada para crianças e adolescentes entre 6 e 14 anos, mas também para toda a família.
No universo lúdico de “Bamberê”, a brincadeira é ponto de partida para reflexões sobre identidade, pertencimento e respeito à diversidade.
— A principal mensagem é que a gente não precisa de muito para brincar. A brincadeira nos leva para vários mundos possíveis. E que todas as infâncias — negras, indígenas, periféricas — são legítimas, bonitas e cheias de potência — reflete Kamylla, idealizadora do espetáculo.
“Bamberê” é como as avós amazônicas chamam suas canções de ninar. Uma palavra encontrada pelo grupo em um dicionário de línguas africanas.
— Todos os trabalhos do Baquetá têm nomes africanos ou indígenas e este não poderia ser diferente. Criamos o espetáculo pensando em crianças de uma região periférica de Curitiba, onde muitos pais trabalham com reciclagem — explica.
Grande parte dos bonecos e instrumentos musicais foram feitos com materiais reciclados, conectando o universo infantil ao debate ambiental sobre sustentabilidade.
— Queríamos mostrar que é possível transformar materiais do dia a dia em diversão.
No espetáculo, brincadeiras populares, como as vividas por crianças do interior e das periferias urbanas, convivem com ritmos afro-brasileiros urbanos, como coco, funk e rap. Todas as músicas e histórias são autorais, construídas a partir das vivências dos próprios artistas do grupo.
— A gente queria falar da roça, então fomos até ela. Queríamos falar da água, então tomamos um banho de cachoeira. As músicas nasceram assim, da experiência direta com o mundo. Eu, por exemplo, moro na Mata Atlântica, em Morretes, e muitos integrantes do grupo têm esse contato diário com a natureza — conta a idealizadora.
O espetáculo propõe reflexões, tendo em vista tanto o olhar das crianças quanto dos adultos. “Em cada cena a gente vai adentrando temas específicos sobre a nossa sociedade, que vão acessando o público de diferentes formas de acordo com a faixa etária”, explica.
Além do entretenimento, “Bamberê” cumpre um papel educativo, alinhado às Leis 10.639/03 e 11.645/08, que tornam obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena nas escolas.
O espetáculo amplia o repertório da plateia através da diversidade cultural e patrimônio histórico de diferentes povos brasileiros.
O projeto é realizado através do Edital de Cultura Sesc RJ Pulsar, iniciativa do Sesc RJ, que incentiva a produção artística e cultural em suas diversas manifestações.
Data: Sábado, 10 de maio
Horário: 16h
Local: Sesc Niterói
Endereço: Rua Padre Anchieta, 56 – São Domingos, Niterói.
Ingresso: Gratuito
Duração: 60 min
Classificação: Livre
COMPARTILHE