Cresce o número de doenças relacionadas à era digital. Condições de saúde física e mental que se agravam, a cada dia, devido ao uso excessivo de tecnologia. Dentre elas, temos a Apneia das telas. Um dos tipos de adoecimentos mentais e complicações físicas, provocadas pela falta de conscientização e racionalidade da utilização dos dispositivos digitais e redes sociais. Problemas cada vez mais recorrentes e comuns nos dias atuais.
A Apneia das telas vem apresentando uma elevação de casos nos últimos meses e se caracteriza por ser um fenômeno recente que descreve a interrupção involuntária ou superficialidade da respiração durante o uso de dispositivos digitais. É um tipo de padrão de retenção da respiração ineficiente e, muitas vezes inconsciente, que provoca inúmeros prejuízos para a saúde física e mental.
Ao estarmos imersos em telas, sejam elas quais forem, nosso corpo entra em estado de alerta e algumas alterações ocorre, principalmente devido à exposição por tempo excessivo e à má postura, que afetam nossa respiração, exigindo mais esforço do corpo, ocasionando uma explosão de estresse.
Quando nos concentramos profundamente em uma tela, especialmente durante a leitura de e-mails, mensagens ou notícias, prendemos a respiração, temporariamente, ou adotamos um padrão respiratório superficial. Esse comportamento estressa o sistema nervoso e pode afetar nossa capacidade de foco, aumentando a ansiedade e gerando efeitos negativos no bem-estar geral.
Quem sofre com o problema, percebe que as consequências são imediatas e refletem no estado geral do corpo e da mente, pois provocam o aumento da ansiedade, devido à falta de oxigenação adequada que ativa a resposta de luta ou fuga do cérebro, elevando os níveis de estresse. As dores de cabeça, a pressão muscular das têmporas e a fadiga mental, também são sinais claros da Apneia de telas, uma vez que a captação de oxigênio pelo cérebro se torna reduzida, contribuindo para o cansaço e surgimento da cefaleia.
Esse estresse característico também pode interferir na qualidade do sono e no aumento da insônia. E por último, mas não menos importante, temos a tão famigerada falta de foco e concentração que é ocasionada pela deficiência de oxigenação cerebral, grande responsável pelo comprometimento da produtividade, da atenção e do ânimo.
Mas existe tratamento para a Apneia das telas e ele começa na mudança de hábitos. É fundamental reeducar a respiração, de forma profunda e lenta para reduzir o estresse, melhorar o foco e regular as emoções. Além disso, fazer pausas para respirar profundamente, movimentar o corpo e manter uma postura adequada, que favoreça a expansão pulmonar e a respiração natural, também são ótimos aliados da solução do problema.
Ou seja, é essencial conscientizar-se do uso racional da tecnologia, através de pausas para respirar e da prática do “digital detox”, reduzindo o tempo de telas.
Portanto, infelizmente, muitas são as doenças da era digital e a Apneia das telas é só mais um reflexo do estilo de vida pouco saudável do indivíduo, gerando impactos significativos em sua saúde física e mental.
A tomada de consciência e a adoção de hábitos saudáveis, bem como a introdução de medidas para manter uma respiração adequada durante o uso da tecnologia é fundamental para fortalecer o bem-estar e o equilíbrio emocional.
Dra. Andréa Ladislau / Psicanalista