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Viradouro ‘recebe’ São Jorge em evento que vira a noite em Niterói

Por Sônia Apolinário
| aseguirniteroi@gmail.com

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A tradicional festa na quadra da escola de samba em homenagem ao santo começa às 20h do dia 22 com previsão de terminar às 4h do dia 23
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A imagem de São Jorge fica na frente da quadra da Viradouro. Foto: Divulgação

Um show com Arlindinho Cruz será uma das atrações da já tradicional festa para São Jorge promovida pela Unidos do Viradouro. Este ano, porém, ao invés de ser realizada no próximo dia 23, data em que o santo é homenageado, vai começar na véspera.

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No dia 22, os portões da quadra da escola de samba, no Barreto, serão abertos às 20h, com previsão para serem fechados às 4h do dia seguinte.

Nos primeiros segundos do dia 23, a agremiação vai recepcionar São Jorge com uma queima de fogos. Dessa vez, não vai ter feijoada completa, mas um feijão amigo para devoto nenhum passar fome. O evento é gratuito, mas o feijão não.

Durante a “virada”, a diretoria da escola de samba de Niterói vai apresentar a equipe que vai disputar o Carnaval 2026. No próximo ano, a Viradouro será a terceira agremiação a desfilar no dia 16 de fevereiro, o segundo dos três dias de apresentações no Sambódromo do Rio.

Programação

20h – Abertura com DJ

21h – Show com Virando Pagode

22h – DJ

22h30 – Show com Virando Pagode

23h20 – Missa

00h – Queima de fogos

Após os fogos – Apresentação da equipe 2026

00h30 – Show com Arlindinho

01h50 – Apresentação completa da Viradouro com a participação do intérprete Wander Pires, da bateria do Mestre Ciça, do primeiro casal, musas e passistas.

São Jorge

Quem chega na quadra da escola de samba Unidos do Viradouro nem desconfia que o santo padroeiro da agremiação é São João. Isso porque, é uma grande e imponente imagem de São Jorge que recepciona os visitantes, enquanto São João cuida do local instalado próximo ao palco, no fundo da quadra.

São Jorge chegou na escola pelas mãos de Marcos Lira, que foi presidente da Viradouro entre 2006 e 2010. Depois que ele saiu, quem teve coragem de mexer com o Santo Guerreiro? Melhor, não.

Na casa de Julinho Nascimento, entre vários santos, é São Jorge que tem a maior imagem. Foto: arquivo pessoal

E São Jorge ficou “na casa” para felicidade de devotos como o mestre-sala Julinho Nascimento. Ele tem nas costas uma grande tatuagem do santo e, em casa, várias imagens. Seu primeiro filho nasceu no dia 23 de abril e, claro, se chama Jorge.

Sua devoção ao Santo Guerreiro vem da época em que era adolescente. Julinho nem sabe explicar direito o motivo. Talvez seja o mesmo que faz com que, a cada ano, mais e mais pessoas no estado do Rio de Janeiro, se rendam em homenagens a ele:

– A força que demonstra foi o que me atraiu.

A tirar pela história de Julinho, parece que São Jorge gosta de testar a fé de seus devotos. O bailarino já teve um carro roubado em um dia 23 de abril. E ele estava prestes a vender o veículo para obter dinheiro para acabar a obra da sua casa.

No Carnaval de 2022, o primeiro depois da pandemia do Coronavírus, a Viradouro começou seu desfile na noite de 22 de abril. Nos primeiros minutos de 23 de abril, com a escola ainda se apresentando, Julinho perdeu um pé do seu sapato em plena avenida.

– Eu estava confiante naquele desfile. Não sei como pode ter acontecido aquilo. Na hora, a gente se questiona. Fiquei triste, claro, mas a minha fé só aumentou. Sei que mais cedo ou mais tarde vou entender o propósito daquilo. Às vezes, a vitória mascara situações que a gente não enxerga. Era para ser assim  – disse Julinho, que tem 51 anos.

No Carnaval de 2025, ele e a porta-bandeira Rute Alves deram a nota máxima para a Viradouro no quesito primeiro casal e ainda conquistaram o Estandarte de Ouro, tradicional prêmio do jornal O Globo. Quem vê o resultado não imagina que Julinho sofreu uma grave lesão no pé direito, a seis semanas do desfile. Foi em decorrência de uma queda, durante ensaio na Avenida Amaral Peixoto, no Centro de Niterói.

Para evitar uma operação, naquela altura do campeonato, ele preferiu que o médico colocasse o osso, que havia se deslocado, mas não quebrado, de volta para o lugar. A seco.

– Foi muita dor. Tudo o que eu fiz foi pedir para São Jorge que me ajudasse a suportar e superar tudo para poder fazer um bom desfile. Pedi muita fortaleza para ele porque não foi fácil ensaiar e, depois, desfilar. É por isso que só tenho a agradecer – contou.

Morador de Bento Ribeiro, no Rio, Julinho é presença certa na alvorada de São Jorge, no bairro carioca de Quintino, onde fica a igreja dedicada ao santo, na cidade.

Todos os anos, no dia 23 de abril, ele se desdobra entre a festa na Viradouro, o aniversário do filho mais velho e os festejos no Rio em louvor ao Santo Guerreiro.

Até hoje, ele só deixou de ir uma única vez na alvorada em recepção ao santo: foi em 2007, quando sua ex-mulher sofreu um aborto espontâneo do primeiro filho do casal, em um 23 de abril. No ano seguinte, porém, no dia 23 de abril, nasceu seu primogênito Jorge Henrique.

 

 

 

 

 

 

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