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Adaptado pela primeira vez no formato musical para os palcos e baseado em fatos vividos pelo autor Franz Kafka, “Kafka e a Boneca” chega pela primeira vez em Niterói nesta quinta (13), com entrada gratuita. Em temporada em São Paulo, a peça foi vista por mais de 45 mil pessoas.
Produzida pela Scuola de Cultura e Marcenaria de Cultura, com patrocínio da Prefeitura Municipal de Niterói e Secretaria das Culturas, o espetáculo tem direção de Marllos Silva, que assina também o roteiro. A direção musical é de Daniel Rocha, que assina canções e arranjos dessa história que completou 100 anos em 2023.
O espetáculo tem sessões de quinta a domingo abertas para o público. A sessão diurna do dia 15 de fevereiro será realizada com com tradução simultânea em Libras.
A peça conta com a cenografia de Marco Lima, figurino de Kleber Montanheiro, desenho de luz de Tulio Pezzoni, desenho de som de Tocko Michelazzo, visagismo de Anderson Bueno, direção de movimento de Fabrício Licursi, preparação de manipulação de bonecos de Lenita Ponce, a direção assistente de Marcelo Soldá, direção musical assistente de Diego Salles e a produção executiva de Fabrizio Sassi.
Embora muito conhecido por suas obras modernistas, pouco se sabe acerca da história de Kafka com a garotinha que o fez redescobrir sentidos e motivações para voltar a escrever, dando mais cor aos meses que antecederam sua morte.
Foi durante um passeio pelo parque de Steglitz, em Berlim, junto de sua companheira Dora, que ele se viu tocado pela tristeza de uma criança que havia perdido sua boneca preferida. As lágrimas sentidas da pequena Lia Hillel, como é chamada na peça, acompanhadas de seus questionamentos inconformados, o fizeram pensar em formas de ajudá-la a superar sentimentos que lhe eram familiares, como a solidão e a melancolia.
A peça recorre ao lúdico, à criatividade e imaginação para contar a história de Kafka, vivido por Marcos Lanza. O personagem se transforma no “carteiro de bonecas” e passa a escrever cartas para Lia, papel em que as atrizes mirins Bibi Valverde (Prêmio APCA Revelação em 2023) e Yasmin Soares se alternam.
Na tentativa de acalmá-la, ele cria a história de que sua boneca, Marielle, viajara pelo mundo em busca de sua própria jornada e, a cada correspondência, uma aventura diferente por lugares como Itália, China e deserto do Saara, é detalhada. Tudo vai bem até que se vê diante de outro desafio: entender como finalizar essa história sem gerar novas frustrações na menina.
No elenco, também está a atriz Renata Vilela como a firme e cautelosa mãe Berta Hillel e a voz de Marielle, e Giovanna Sassi como a sensível e espirituosa Dora Diamant, último amor de Kafka. Completam o elenco Fernando Palazza e os swings Carla Vazquez e Pablo Marcel.
Para o produtor e criativo Marllos Silva, que teve a ideia de fazer o espetáculo há alguns anos ao ler o livro para a filha, todo o projeto é pautado em um grande cuidado com a vida e obra do artista. Em uma mistura de realidade e ficção, é possível identificar falas de Kafka, ditas pelo próprio em algum momento da vida, e vê-lo em uma versão mais “desconstruída” daquela conhecida.
– A grande diferença das demais obras de Kafka para esta é que as demais são escritas sobre o olhar dele para o mundo, já este espetáculo fala sobre o Kafka. Para quem conhece sua história e a forma como ele se relacionou com a família, vê neste recorte de vida um homem diferente do imaginário que o mundo conheceu. De repente, o homem avesso a relações familiares e sem filhos, é visto completamente entregue em um esforço para curar a dor de uma criança da qual ele não tinha nenhuma relação.
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