O anúncio da prefeitura de Niterói de que, este ano, nenhuma criança ficaria sem vaga na Educação Infantil parecia a solução de um problema antigo na cidade. O Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação de Niterói (SEPE – Niterói), no entanto, criticou as medidas adotadas para chegar a este resultado, como o aumento do número de alunos por turma, e o a redução do número de professores na sala de aula. E anuncia a convocação de greve a partir do dia 10 de fevereiro.
Perda de qualidade
A decisão se dá em razão das medidas divulgadas pelo Prefeito Rodrigo Neves (PDT) e seu Secretário de Educação, Bira Marques, em reunião com diretoras das Unidades Municipais de Educação Infantil. Segundo o sindicato, tais medidas comprometem a qualidade da educação infantil na Rede Municipal de Niterói.
Uma das decisões do prefeito será deixar uma professora por turma de crianças de 4 e 5 anos de idade. A direção da entidade afirma que “a educação infantil de Niterói usa duas professoras em cada turma, a bidocência, o que garante a qualidade da educação infantil, no cuidar, no ensinar, no brincar”. A justificativa é corte de gastos. De acordo com o SEPE, a medida irá prejudicar a qualidade da educação infantil e intensificar o trabalho das professoras que vão ficar sozinhas com suas classes de 08h às 17h.
Rodrigo Neves também anunciou que irá aumentar o número de crianças nas turmas de 1 e 2 anos, para aumentar a oferta de vagas e diminuir a fila de crianças fora da escola, que em Niterói chegaria a três mil, número contestado pela prefeitura.
De acordo com o sindicato, “as duas medidas irão retirar a qualidade da educação pública, especialmente, da educação infantil e intensificará o trabalho das professoras.”
O SEPE entende ainda que o governo municipal deveria assumir as escolas Anísio Teixeira e Esther Botelho, ex-Cieps que foram municipalizados, reformados, porém entregues à organização Viva Rio.
Diante disso, o SEPE-Niterói realizou uma assembleia e deliberou o começo da greve no dia 10 de fevereiro.