15 de janeiro

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Niterói na rota de venda ilegal de anabolizantes

Por Redação
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Quinze pessoas foram presas. A Operação Kairós foi deflagrada pelo GAECO/MPRJ e a 76ª Delegacia de Polícia de Niterói.
prisão boss anabolizante
apontado pela polícia como o chefe da quadrilha, Miguel Júnior, conhecido como Boss, foi preso em uma casa de luxo, em São Gonçalo. Foto: reprodução de TV

Quinze pessoas foram presas, nesta terça-feira (14), na Operação Kairós, deflagrada pela Polícia Civil do RJ e Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) contra a fabricação e a comercialização de anabolizantes clandestinos. Segundo as investigações, os produtos continham substâncias tóxicas e nocivas para seres humanos, como repelentes de insetos.

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Dentre os presos estava Miguel Barbosa de Souza Costa Júnior, conhecido como Boss, apontado pela polícia como o chefe da quadrilha. Ele foi preso, junto com a esposa Aiane, em uma casa de luxo, em São Gonçalo. No local, a polícia apreendeu armas, munições, celulares e anabolizantes.

As investigações do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (GAECO/MPRJ) identificaram as marcas Next Pharmaceutic, Thunder e Plus Suplementos como parte do conglomerado envolvido na venda de anabolizantes.

Segundo os promotores, os criminosos vendiam, expunham à venda e distribuíam produtos sem registro no órgão de vigilância sanitária competente, de procedência desconhecida e adquiridos de empresas sem autorização das autoridades sanitárias. Os produtos eram promovidos e comercializados por meio de sites e redes sociais, sem informações sobre os riscos à saúde, induzindo os consumidores a comportamentos prejudiciais.

Ao todo, o GAECO/MPRJ e a Polícia Civil, por meio da 76ª Delegacia de Polícia (Niterói), cumpriram 15 mandados de prisão e 18 de busca e apreensão contra pessoas envolvidas no esquema de comercialização ilegal de anabolizantes. Os mandados  foram cumpridos em endereços localizados na Capital (Irajá, Vicente de Carvalho, Guadalupe, Méier e Olaria) e mais três municípios: Niterói, São Gonçalo e Maricá. Ainda há um mandado de busca e apreensão no Distrito Federal. O GAECO/MPRJ também obteve ordem judicial de bloqueio de R$ 82.062.506,00 da conta dos denunciados.

Eventos

De acordo com a polícia, o grupo investigado patrocinava grandes eventos de fisiculturismo e atletas profissionais para alavancar as vendas. Em 6 meses, a 76ª DP (Centro de Niterói) identificou uma movimentação de R$ 80 milhões com o negócio, anunciado em plataformas on-line e nas redes sociais.

– Estamos falando, possivelmente, do maior grupo de revenda de anabolizantes clandestinos do país. A movimentação financeira é muito maior, e nesta primeira fase estamos nos concentrando nos mentores e nos gestores da quadrilha. Mas ainda seguiremos investigando influenciadores, revendedores de ponta e até mesmo quem de certa forma contribuiu para os crimes apenas com propaganda e divulgação – afirmou o delegado Luiz Henrique Marques.

Ainda segundo o delegado, o grupo pagava R$ 10 mil para influenciadores divulgarem as marcas. As investigações mostraram que o grupo enviava mercadorias para 26 dos 27 estados brasileiros.

Segundo o promotor Pedro Simão, do Gaeco, algumas instalações utilizadas pelo grupo foram montadas em áreas dominadas pelo tráfico para dificultar possíveis investigações”, completou Pedro Simão, promotor do Gaeco.

Correios

As investigações tiveram início em meados de 2024, a partir de postagens identificadas pelo setor de Segurança dos Correios e comunicadas à Delegacia de Crimes Contra o Consumidor (DECON). Estima-se que, desde o início das investigações, tenham sido apreendidos 1.150 frascos contendo substâncias anabolizantes e que o grupo criminoso movimentou mais de R$ 82 milhões no período.

Para o GAECO/MPRJ, apesar de expressivo, o número de encomendas identificadas e retidas pelos Correios representa apenas cerca de 10% do total efetivamente distribuído pelo grupo. Isso porque, somente no período da investigação, mais de 2 mil substâncias ilícitas foram apreendidas, o que gerou um prejuízo de mais de R$ 500 mil ao grupo criminoso.

Para atrair os consumidores, a quadrilha anunciava seus produtos com preços bem abaixo dos oferecidos em farmácias autorizadas, que revendem substâncias legais com receita médica. Um miligrama de hormônio legalizado, por exemplo, custa em média mais de R$ 50 e só pode ser comprado com prescrição justificável. No site ilegal, a mesma quantidade era vendida por R$ 18 e sem qualquer necessidade de autorização.

Com MPRJ e G1

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