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Niterói terá uma nova Unidade de Conservação de Proteção Integral. Por decreto, a prefeitura transformou o Morro da Pedreira no Monumento Natural de Icarahy.
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Com 3,1 hectares, a área protegida é circundada pelas ruas Ator Paulo Gustavo, Mariz e Barros, Gavião Peixoto e Travessa Vicente Federice, em Icaraí. O seu ponto mais elevado atinge 52 metros de altitude ao nível do mar e, de sua superfície rochosa, é possível apreciar elementos naturais e urbanos da cidade do Rio de Janeiro como o Morro do Corcovado e o Morro do Pão de Açúcar; e de Niterói, como a Praia de Icaraí, a Enseada de Jurujuba e a Montanha da Viração, bem como a Baía de Guanabara, a Serra do Mar e o contexto urbano no qual está inserido.
O decreto de criação do monumento natural, publicado no Diário Oficial do município desta quarta-feira (11), informa os objetivos da inciativa:
Preservar ecossistemas e populações de flora e fauna nativas, promovendo a proteção da biodiversidade de Niterói e do Estado do Rio de Janeiro;
Proporcionar oportunidades de visitação, aprendizado, interpretação, educação, pesquisa, recreação, inspiração, relaxamento e outras atividades em harmonia com o meio ambiente;
Fomentar o crescimento do turismo sustentável na cidade, impulsionando a economia local e criando oportunidades de emprego e renda;
Preservar uma região que oferece uma beleza cênica deslumbrante, juntamente com elementos geológicos e paisagísticos notáveis, promovendo o bem-estar através da conexão com a natureza;
Preservar e promover o aumento da cobertura florestal da Mata Atlântica no município de Niterói;
Garantir a preservação intacta das florestas e outros tipos de vegetação de proteção permanente, proibindo sua remoção;
Oferecer um local de lazer e incentivar a realização de atividades recreativas, turísticas, culturais e científicas, de maneira harmoniosa com a preservação dos ecossistemas naturais existentes, permitindo que a população conviva com diversas formas de vida vegetal e animal;
Aplicar os princípios e métodos de preservação ambiental durante o processo de desenvolvimento, organização e estabelecimento da unidade;
Proporcionar à comunidade local oportunidades de compreender e conscientizar-se sobre os aspectos ambientais e paisagísticos da área de conservação, por meio de atividades de interpretação ambiental;
Assegurar a promoção dos benefícios oferecidos pelos ecossistemas e fortalecer a capacidade de adaptação diante das mudanças climáticas;
Conservar a formação rochosa marcante para o bairro de Icaraí; Guardar amostras genéticas em condições adequadas para fornecer material vegetal para projetos de plantio de árvores e reflorestamento, além de serem utilizadas em pesquisas científicas.
E pensar que, para desafogar o trânsito de Icaraí, chegou a ser levantada a hipótese da construção de um túnel atravessando justamente o Morro da Pedreira. A ideia não agradou muito os moradores da região.
Além da importância para o meio ambiente, o Morro da Pedreira é também importância histórica. O local já foi chamado de Morro da Pedra, onde foi construída a primeira Capela de São João Batista de Icaraí em 1644, também conhecida como “Hermita da Pedra” (que significa Pequena Igreja na Pedra) ou Igreja de Caraí.
De acordo com o estudo técnico que embasou a criação da unidade de conservação, o nome Icaraí (Jcarahy, Akaray, Acara-u, Carahy e Icarahy) é originalmente indígena e significa “água/rio sagrado(a)/águas santas”, ou ainda “rio dos carás” em Tupi. “Os diferentes nomes relacionados a Icaraí são explicados pela variação da tradução do Tupi em três tempos da língua, sendo o arcaico, o cristianizado e o contemporâneo”.
O estudo técnico informa também que as primeiras ocupações urbanas surgiram ainda na época da colonização. O lugar chamava-se Freguesia de São João de Carahy e era um grande areal. O loteamento da região teve início apenas no século XVII.
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