Não gosto nada do Brasil que as urnas revelaram, mas é o que temos. Graças às emendas pix e ao orçamento secreto, em parte, não importa. O que vimos é que, independentemente dos Marçais da vida, nosso povo pensa como vota, ou não pensa para votar, sei lá.
Algumas conclusões, diante dos resultados da eleição de domingo:
- A centro-direita e a direita ganharam no país todo. Ponto.
- A esquerda (leia-se setores mais progressistas) perderam feio. Lula e seu PT até ganharam algumas prefeituras a mais, mas o resultado é pífio diante dos de partidos da direita e do Centrão.
- A direita tem novos nomes fortes, como Tarcísio, o governador de SP.
- Kassab continua Kassab. E a vida do Governo Lula fica ainda mais difícil com o Centrão como um todo, que sai fortalecido, se é que isso é possível.
- Marçal não perdeu perdendo. Embora deva ficar inelegível diante do laudo falso contra Boulos.
- Pior do que Marçal é quem vota em gente como ele. Votar na direita é uma coisa. Votar em criminoso aventureiro é outra. Respeito a vontade de cada um, mas vai brincar de cidadão assim lá longe…
- A urna eletrônica deu show e caiu no gosto dos bolsonaristas. Onde eles estão agora que desta vez não foram para a frente dos quartéis pedir recontagem dos votos e intervenção do Exército?
- Bolsonaro, o “covarde e omisso” nas palavras do tal pastor, saiu menor, apesar da enxurrada de votos na extrema-direita, no seu bilionário PL e em seus inacreditáveis seguidores de Norte a Sul do país.
- Aliás, o que foi isso, Niterói? Nem o candidato bolsonarista a prefeito desta cidade tão orgulhosa de si esperava ter tantos votos no primeiro turno, acho.
- Para ficar em Niterói, é mais um exemplo de que a elite rica (Icaraí tem uma das mais altas rendas per capita do país) merece a classe política que o Brasil elege.
(Niterói, porém, tem a chance de reafirmar seu compromisso com a democracia neste segundo turno. Que os deuses iluminem seus eleitores e botem o reacionarismo para correr daqui)