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Andrea Ladislau

Andrea Ladislau é graduada em Letras e Administração de Empresas, pós-graduada em Administração Hospitalar e Psicanálise e doutora em Psicanálise Contemporânea. Tem especialização em Psicopedagogia e Inclusão Digital. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional a pessoas do Brasil inteiro.
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 Impactos de uma relação familiar tóxica na saúde emocional

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De forma instintiva, estamos sempre buscando dar aos nossos filhos o melhor, tudo o que não tivemos. Em muitos casos é assim que acontece. No entanto, alguns pais podem exagerar nessa oferta e deixam tudo à mão das crianças, que passam a não ter consciência deste sacrifício.

Desta forma, tentando ajudar acabam prejudicando o desenvolvimento dos filhos. No entanto, eles pensam que estão ajudando e protegendo os filhos. Mas, apesar da boa intenção, o efeito é contrário e alguns chegam ao extremo entre o desleixo e a superproteção.

Os pequenos, incapazes de determinar contradições comportamentais, não sabem distinguir o certo do errado quanto aos pais. Acabam se tornando reféns de uma educação defasada e ardorosa. Dessa forma, esse descuido ou super cuidado, acarreta danos ao lado mental e emocional dos filhos. Podendo tornar-se adultos instáveis e limitados pelas dificuldades reais da vida.

A relação familiar, principalmente na atualidade, está cercada por desafios. Ser pai e mãe nem sempre é uma calmaria. Construir e gerar uma família saudável é o desejo de muitos, mas infelizmente, uma conquista de poucos, devido às várias dificuldades enfrentadas dentro dessa relação. Quando as atitudes destes refletem prejuízo mental e emocional para os filhos, seja por uma superproteção ou até mesmo por extrapolar os limites do cuidado, podemos estar diante de familiares tóxicos.

A ação destes pais tóxicos acarreta uma consequência extremamente danosa para esses filhos que se tornam cegos pela sombra dos pais e visualizam uma realidade distorcida de tudo o que se apresenta.

Não conseguem resolver suas próprias questões, sofrem gerando angústias traumatizantes que marcam o comportamento e condenam seus pensamentos e sentimentos a estarem fixados na toxicidade que recebem ou receberam ao longo da vida. Insegurança, frustração, individualismos, reações violentas e conflitos internos diversos, marcam a construção da vida adulta desse ser humano.

É natural que pequenos conflitos surjam com a convivência diária. Não é porque um grupo de pessoas são da mesma família, amigos íntimos ou trabalham juntos que as opiniões são idênticas. Infelizmente, alguns adultos não estão emocionalmente maduros para lidar com divergências.

Quando existe relações tóxicas, os conflitos ocorrem com frequência e acompanhado de diálogos agressivos e acusatórios, desviando o foco dos problemas para gerar culpa na outra parte.

E ainda sabemos que, a pessoa agressiva não possui a intenção de reparar a situação e mudar. Permitindo que os desentendimentos se arrastem por muito tempo, o que gera adoecimento emocional de quem convive.

Enfim, familiares ou pais tóxicos contribuem, seja de forma consciente ou não, negativamente no amadurecimento dos filhos, uma vez que podem promover o egoísmo, individualidade, insegurança e outras ações nocivas para a percepção adequada deste indivíduo em relação ao mundo, tornando-o imaturo e exigente com o universo a sua volta.

É muito importante entender que existe um limite dentro do processo maternal, paternal e educacional dos filhos, que precisam caminhar por suas próprias pernas e muitas vezes, o que se entende de benefício oferecido por esse pai e mãe, não passa de falha na tentativa de transparecer corretamente as prerrogativas que auxiliem a criança a tornar-se um adulto saudável e equilibrado emocionalmente.

Dra. Andréa Ladislau /  Psicanalista

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