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Bombeiros usam água do mar para conter focos de incêndio no Morro das Andorinhas

Por Sônia Apolinário
| aseguirniteroi@gmail.com

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Origem pode ser criminosa. Moradores de Itaipu informaram que quatro homens foram vistos fugindo após colocar fogo na mata.
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Helicóptero dos Bombeiros está usando água do mar da praia de Itaipu. Foto: reprodução Bar do Jorginho

Mais de 12h após o início do incêndio no Morro das Andorinhas, em Itaipu, o Corpo de Bombeiros continua o trabalho no local, na tentativa de conter vários focos. Na manhã de quinta-feira (12), a operação recebeu reforço de um helicóptero da corporação. A aeronave buscou, por várias vezes, água do mar da praia de Itaipu para jogar nos focos de incêndio.

Bombeiros dos quarteis de Itaipu e Charitas trabalharam durante toda a madrugada. O incêndio começou por volta das 18h de quarta-feira (11). A 81 DP de Itaipu vai abrir inquérito para investigar o incêndio. Segundo denúncia de moradores da região, quatro homens foram vistos colocando fogo na mata, no final da tarde de quarta-feira.

 

Incêndio no Morro das Andorinhas, em Itaipu, na manhã desta quinta-feira (12). Foto: Reprodução/ SBT

A prefeitura de Niterói informou que na noite de quarta-feira, deslocou equipes da Defesa Civil e da Coordenadoria de Meio Ambiente da Guarda Municipal de Niterói para o local do incêndio para dar apoio ao trabalho do Corpo de Bombeiros.Em locais onde as chamas tinham sido controladas, a equipe da prefeitura passou a fazer o rescaldo dos focos de incêndio utilizando abafadores e ferramentas para impedir o surgimento de novos focos.

De acordo com a Defesa Civil do Município, o fogo atingiu a parte superior do morro, de vegetação, sem risco para residências.

O tempo seco e sem chuva, segundo os agentes municipais, facilitou o alastramento das chamas.

A Defesa Civil de Niterói possui os NUDECS (Núcleo de voluntários da Defesa Civil). Os voluntários são treinados para fazer o monitoramento preventivo de focos de incêndio e atuar em chuvas. A população pode entrar em contato com a Defesa Civil pelo telefone 199.

Incêndio no Morro das Andorinhas, em Itaipu, na manhã desta quinta-feira (12). Foto: Reprodução/ TV Globo

Atração turística

O Morro das Andorinhas é uma elevação alongada de 2,6 km de extensão e 196 m de altitude que avança sobre o mar, dividindo as praias de Itaipu e Itacoatiara. A denominação se deve a uma gruta em uma de suas faces, onde andorinhas fazem seus ninhos, um local de refúgio para passarem a noite.

A caminhada pela trilha do morro é um tradicional passeio turístico de niteroienses e “estrangeiros”. O ponto de partida é ao lado nº 1.093 da Rua da Amizade. Essa trilha fica dentro do Parque Estadual da Serra da Tiririca (PESET), criado em 1991, situado entre os municípios de Niterói e Maricá. Foi a primeira unidade de conservação criada no Estado do Rio de Janeiro.

Caminhar por essa trilha é caminhar pela Mata Atlântica, com direito a vistas espetaculares.

Uma parada obrigatória é no  Mirante da Pitangueira, localizado perto de uma comunidade tradicional, que vive nessa encosta conhecida como Comunidade do Sítio da Jaqueira.

O Mirante Região Oceânica, debruçado sobre o Bairro de Itaipu, fica praticamente em frente à ligação da Praia com a Lagoa de Itaipu. De lá se avistam as montanhas da cidade do Rio de Janeiro.

Mais acima, fica o Mirante Itacoatiara, o principal mirante do Morro das Andorinhas, praticamente virado para o cartão-postal do parque. De lá se vislumbra a Praia de Itacoatiara, o Costão de Itacoatiara (Morro do Tucum), a Pedra do Elefante (Alto Mourão), a Pedra da Solidão, o Morro do Telégrafo e a continuação da alongada Serra da Tiririca.

Queimadas pelo Brasil

De janeiro a agosto de 2024 os incêndios no Brasil já atingiram 11,39 milhões de hectares do território do país, segundo dados do Monitor do Fogo Mapbiomas, divulgados nesta quinta-feira (12). Desse total, 5,65 milhões de hectares foram consumidos pelo fogo apenas no mês de agosto, o que equivale a 49% do total deste ano.

Nesses oito primeiros meses do ano, o fogo se alastrou principalmente em áreas de vegetação nativa, que representam 70% do que foi queimado. As áreas campestres foram as que os incêndios mais afetaram, representando 24,7% do total. Formações savânicas, florestais e campos alagados também foram fortemente atingidos, representando 17,9%, 16,4% e 9,5% respectivamente. Pastagens representaram 21,1% de toda a área atingida.

Para o período, os estados do Mato Grosso, Roraima e Pará foram os que mais atingidos, respondendo por mais da metade, 52%, da área alcançada pelo fogo. São três estados da Amazônia, bioma mais atingido até agosto de 2024. O fogo consumiu 5,4 milhões de hectares do bioma nesses oito meses.

O Pantanal, até agosto de 2024 queimou 1,22 milhão de hectares, um crescimento de 249% nas áreas alcançadas por incêndios, em comparação à média dos cinco anos anteriores. A Mata Atlântica teve 615 mil hectares atingidos pelo fogo, enquanto que na Caatinga os incêndios afetaram 51 mil hectares. Já os Pampas tiveram apenas 2,7 mil hectares no período de oito meses.

Agosto

Na comparação entre agosto de 2023 e de 2024, os incêndios afetaram 3,3 milhões de hectares a mais este ano, registrando um crescimento de 149%. De acordo com a instituição, foi o pior agosto da série do Monitor de Fogo, iniciada em 2019.

Os estados do Mato Grosso, Pará e Mato Grosso do Sul foram os mais atingidos no mês. Chama a atenção o crescimento de 2.510% sobre a média de agosto de incêndios no estado de São Paulo, em relação a média dos últimos seis anos. Foram 370,4 mil hectares queimados este ano, 356 mil hectares a mais do que nos meses de agosto de anos anteriores.

– Grande parte dos incêndios observados em São Paulo tiveram início em áreas agrícolas, principalmente nas plantações de cana-de-açúcar, que foram as áreas mais afetadas do estado”, destaca a pesquisadora Natália Crusco.

Os biomas Cerrado e Amazônia, foram os que mais queimaram, representando respectivamente 43% e 35% e de toda a área antiqueimada no Brasil no período.

De acordo com a coordenadora técnica do Monitor do Fogo, Vera Arruda, o aumento das queimadas no Cerrado foi alarmante em agosto.

Rio de Janeiro

Dados do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) apontam que bombeiros atuaram em 7.417 focos de janeiro a agosto de 2023. Neste ano, no mesmo período, o número de incêndios quase dobrou, totalizando 13.595 ocorrências. Do início do ano, até o momento, os bombeiros registraram 6.178 ocorrências.

Niterói é um dos municípios que integram o ranking dos mais afetados por incêndios em florestas, seguido por Maricá, Nova Iguaçu, Araruama, Nova Friburgo, Campos dos Goytacazes e Volta Redonda.

No topo do ranking estão Rio de Janeiro (4.513 casos), São Gonçalo (569) e Duque de Caxias (561).

 

Matéria em atualização

 

Com Agência Brasil

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