26 de dezembro

Niterói por niterói

Pesquisar
Close this search box.
Publicado

Procura por energia solar cresce em Niterói, seguindo tendência nacional

Por Amanda Ares

COMPARTILHE

Alta da tarifa de energia elétrica aquece o mercado de instalação de painéis fotovoltaicos na cidade; entenda como funciona
Painel de geração de energia solar. Foto- Antonio Cruz: Agência Brasil
Painel de geração de energia solar. Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil

Em meio a uma grave crise hídrica e energética, que fez subir a conta de luz e trouxe de volta o fantasma do racionamento, consumidores estão migrando para o sistema de geração de energia solar. Acompanhando a tendência nacional, a procura por empresas especializadas na instalação dos chamados painéis fotovoltaicos cresce em Niterói, como forma de economia e investimento.

Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), as usinas solares são a sétima fonte de geração no Brasil. Mas a maior parte da capacidade dessa matriz energética está nos telhados das residências. Embora não haja dados específicos sobre Niterói, o mercado tem sentido o aumento na procura por instalação de equipamentos de captação de energia solar.

Empresas da cidade confirmam a tendência nacional. Uma delas é a Solarprime, que teve um boom nas vendas em 2020: 48% a mais do que no ano anterior. Em 2021, os reajustes na conta de energia elétrica tradicional também já impactaram na procura. É que a energia solar é capaz de suprir a demanda tota de uma residência, cabendo ao consumidor pagar apenas a taxa mínima da concessionária.

— A procura cresceu no segundo semestre de 2021, em função dos aumentos da energia e bandeiras tarifárias — afirma Roosevelt Gabri, sócio da franquia Solarprime. — Após o sistema ser implantado e homologado pela concessionária, o cliente terá seu consumo reduzido a zero, pagando apenas as taxas de disponibilidade e de iluminação pública.

O investimento, no entanto, ainda é alto. A maioria das empresas trabalha com equipamento importado da China, sujeito ao câmbio e a eventuais dificuldades na importação. Como a alta procura pelos painéis solares é um fenômetno global, eles chegam no Brasil por um preço elevado. O custo para instalação de oito a dez placas, que suprem a demanda de uma residência padrão, passa de R$ 20 mil.

Investimento com retorno

O preço assusta menos se o consumidor encarar como investimento. Ele paga pelo equipamento agora o equivalente a alguns anos de consumo, mas se vê livre de cerca de 80% da cobrança mensal. Além disso, a energia excedente volta para a concessionária e pode ser distribuída para outro imóvel que seja abastecido pela mesma empresa. Ou seja, o morador de Niterói que tiver uma casa na Região dos Lagos ou em qualquer outra cidade atendida pela Enel pode pagar conta de luz menor por ter “gerado” a energia desse segundo imóvel.

Outra possibilidade é que essa energia excedente fique “armazenada” na concessionária, como uma espécie de crédito, válido por cinco anos. Esse é o caso da professora Regina Couto Catarino, que há um ano decidiu instalar painéis solares em casa. O investimento foi de R$ 28 mil financiados em três anos. É como se ela pagasse pouco mais de R$ 700 de conta todo mês, sem risco de aumento. Depois que quitar o financiamento, ela passará a pagar, no máximo R$ 70.

Casa da professora Regina Catarino tem painel há um ano. Foto: Arquivo pessoal

— Produzimos somente para a nossa casa, mas temos energia excedente todo mês — relata a professora. — Temos outro imóvel, porém está alugado. Então, deixamos o excedente acumulado.

A experiência de Regina Couto Catarino tem sido tão positiva, que dois vizinhos já estão planejando instalar painéis fotovoltaicos.

— Achamos o investimento uma boa economia. Sem contar que é uma energia limpa, produzida pela natureza, praticamente.

COMPARTILHE