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A casa antiga da rua São Pedro, 96, no Jardim São João, Centro, representativa dos primeiros anos do século XX, irradia música, na área urbana central da cidade. É a sede do Conservatório de Música de Niterói, que completa 110 anos de bons serviços prestados à cultura. Endereço de aulas e cursos de instrumentos, canto, teoria musical e musicalização infantil, e com frequência recitais de canto e de música instrumental, a instituição é tombada pelo município desde 1992.
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Ao longo de seus 110 anos de história, o CMN vem, ininterruptamente, desempenhando sua missão: a de ensinar, educar e preparar crianças, jovens e todos os cidadãos para vida musical, seja ela como profissional ou diletante.
A história do CMN confunde-se com a história de Niterói e, como reconhecimento aos serviços que presta à cultura, a cidade deu o nome de dois de seus fundadores, Maestro Felício Toledo e José Botelho, a ruas da cidade.
Em 1913, renomados músicos niteroienses, como Felício Toledo, José de Castro Botelho, Hernani Bastos, Alice Amarante e Felix Cordiglia Lavalle fundaram a Sociedade Symphonica Fluminense, cuja missão era a difusão da música de concerto, conhecida também como música clássica ou erudita.
Conectados por essa ideia, instrumentistas profissionais, professores de música, amantes das artes, jornalistas, intelectuais e homens públicos promoveram o início de um grande movimento musical: a criação de uma orquestra permanente na cidade, sediada no Theatro Municipal João Caetano – TMJC, a promoção de séries de concertos e recitais com artistas nacionais e estrangeiros.
Essa ebulição cultural revelou a necessidade de se criar uma escola de música, um espaço formal de ensino de excelência para os jovens talentos que, até então, precisavam deslocar-se para a cidade do Rio de Janeiro. Foi assim que, na Assembleia Geral da Sociedade Symphonica Fluminense de 25 de janeiro de 1914, realizada no TMJC, foi fundado a Escola de Música de Niterói.
Alguns anos depois, em 18 de fevereiro de 1923 (lei 1645/1919), a primitiva escola de música foi transformada em Conservatório de Música do Estado do Rio, sob a presidência do maestro Hernani Bastos. Em 1926, Bastos foi substituído pelo maestro Felício Toledo.
O novo instituto musical funcionou provisoriamente na sede da Escola Thecnica Fluminense, à rua Rio Branco, 65. O CMN ocupou também uma casa na XV de Novembro 56, além de usar algumas dependências da ‘Casa Verdi’, loja de instrumentos de Eduardo Luiz Gomes. Apesar de uma Lei estadual de 1936, que obrigava o Estado a “prover condignas instalações”, foi a prefeitura da cidade que abrigou o CMN desde então. Seja ocupando provisoriamente o prédio do Theatro Municipal João Caetano, seja a partir de 1948, no atual prédio, em regime de concessão.
Em 1934, o CMN criou a Orquestra de Cordas. E, em 1952, em convênio com o governo estadual, a Orquestra Sinfônica de Niterói, com 62 membros. Esta veio ocupar a lacuna criada com o fim da Orquestra Symphonica Fluminense. Visando a cultura musical no Estado do Rio de Janeiro, seguindo o exemplo de escolas superiores de outras cidades, o CMN criou em 1954 o Curso de Aperfeiçoamento de Piano, ou seja, o curso de formação de professores.
Em 1964, em meio às comemorações de seus 50 anos de atividades, a prefeitura renovou a cessão gratuita da casa, garantindo como compensação 150 bolsas de estudos anuais.
Em 1965, o CMN foi elevado à categoria de escola de nível superior, por meio de um convênio (Decreto nº 55.913/65) assinado com a UFERJ – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro -, hoje UFF. O convênio foi encerrado em 1975, mas o CMN continuou a oferecer seus cursos superiores até a década de 2010.
Em 1994, o CMN fundou a Camerata Acadêmica, a princípio formada exclusivamente por seus alunos. Já sua Orquestra de Sopros, um dos conjuntos representativos do CMN, é formada por alunos do Cursos de Formação Musical e por músicos convidados.
A Orquestra de Acordeões teve início no ano de 2012, com a ideia do professor Waldenir Duarte de reunir alunos e convidados para preservar a prática do instrumento e desenvolver a versatilidade do acordeon, tocando ritmos diversos, além do tradicional forró.
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