26 de novembro

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Publicado

Governo Bolsonaro aumentou tolerância de produto tóxico que suspendeu fornecimento de água de Niterói

Por Sônia Apolinário
| aseguirniteroi@gmail.com

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Ministro da Saúde Marcelo Queiroga assinou resolução que aumentou em 1.400% nível tolerado de tolueno na água
Sistema Imunana-Laranjal
Inea, Cedae e Polícia Civil investigam a contaminação do Sistema Imunana-Laranjal. Foto Léo Ripamonti/Governo do Estado do Rio de Janeiro

A política do Conselho Nacional do Meio Ambiente já foi mais rigorosa quanto à contaminação da água pelo tolueno, a sustância tóxica encontrada nos rios que abastecem de água Niterói e outras cidades. Até 2021,  o nível de tolueno permitido na água para consumo humano era de  até 2 micrograma/l.  O limite foi alterado, então, pelo Ministério da Saúde, que passou o limite permitido para o nível atual de até 30 micrograma/l – um aumento de 1.400%. As informações sobre as alterações das normas relacionadas com níveis de tolueno na água constam de uma nota do governo do estado do Rio de Janeiro, divulgada na tarde desta quinta-feira (4).

A Portaria de Potabilidade 888, de 4 de maio de 2021, foi assinada pelo então ministro da Saúde, Marcelo Antônio Cartaxo Queiroga Lopes, médico cardiologista ligado ao Centrâo, escolhido pelo então presidente Jair Bolsonaro. Queiroga foi ministro  de 23 de março de 21 a 31 de dezembro de 2022, e ficou conhecido durante a pandemia pela leniência nas ações de vacinação e estímulo aos “tratamentos” não comprovados para a doença, como o uso da cloroquina.

Na quarta-feira (3), os níveis de tolueno medidos foram de 59 micrograma/l, o que provocou a paralisação do sistema Imunana-Laranjal, que abastece Niterói.  Nesta quinta-feira, o governo do estado do Rio informou que  “o nível do contaminante baixou um pouco”, sem, porém, precisar o índice encontrado. Ainda não há previsão de quando o fornecimento será normalizado.

Produto tóxico

De acordo com a nota, técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), estão percorrendo as margens dos rios Guapiaçu e Macacu, com o uso de helicópteros, drones e uma embarcação, para identificar a origem do vazamento de tolueno. Diante disto, não há previsão de liberação do abastecimento:

“Para garantir a segurança das pessoas, o sistema só será reaberto quando a água estiver totalmente adequada para consumo humano”, diz o informe do governo do estado do Rio.

O tolueno é um hidrocarboneto aromático, inflamável, incolor, volátil, de odor característico. É altamente danoso à saúde se ingerido ou inalado. A substância é produzida na fabricação de gasolina.  É comumente utilizado como matéria-prima de solventes orgânicos em colas e tintas, além de estar presente na borracha; colas e adesivos para ajudar a secar, dissolver e diluir outras substâncias; diluentes de tinta; limpadores de pincéis, esmaltes; removedores de manchas.

O Sistema Imunana-Laranjal é composto pelo Canal de Imunana, que capta e leva a água dos rios Guapiaçu e Macacu até a elevatória de água bruta através de um canal no município de Guapimirim. A água é então bombeada até a Estação de Tratamento de Água (ETA) do Laranjal.

Além de Niterói, esse sistema abastece São Gonçalo, Itaboraí, parte de Maricá (Inoã e Itaipuaçu) e a Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro, em um total de dois milhões de pessoas.

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