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Desenvolvimento do estado do Rio passa por Niterói, diz Firjan

Por Luiz Claudio Latgé
| aseguirniteroi@gmail.com

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Ricardo Guadagnin diz que o petróleo e a economia criativa podem puxar crescimento do estado
petroleo-brasil
O investimento dos recursos do petróleo pode alavancar a economia d Rio, segundo Guadagnim. Foto: arquivo

O empresário Ricardo Guadagnin não esconde o entusiasmo quando fala do momento do estado do Rio. Ele assumiu a presidência da Firjan-Leste confiante que o petróleo e os investimentos em tecnologia e na economia criativa podem reverter uma situação de crise que já dura quase dez anos. Neste cenário, acredita que Niterói terá um papel importante, como teve quando era capital do antigo estado do Rio. Por que? Porque tem infraestrutura, conhecimento, uma concentração enorme de professores e pesquisadores, e vocação para o desenvolvimento.

Da janela do prédio da Firjan, no Centro de Niterói, onde recebe gestores públicos e empresários e discute projetos de interesse da região, a vista que se abre para a Baía de Guanabara, num dia de céu claro nos faz pensar que tudo vai dar certo. Nesta entrevista ao A Seguir Niterói ele revela que os sinais da virada já podem ser notados ao longo da BR 101, a estrada que aponta do Rio para o Leste e o Norte fluminense.


Ricardo Guadagnim, diretor da Firjan-Leste:      Foto:Firjan/ Vinícius Magalhães

O dinheiro do petróleo

O empresário Guadagnin é formado em direito, tem especialização na FGV e cursos do Sebrae.  Olha para o estado do Rio não como destino, mas como o lugar que escolheu para viver. De família de imigrantes, nasceu em Passo Fundo, Rio Grande do Sul, e está há quase 30 anos em Cabo Frio. Sabe que é preciso construir as relações de pertencimento. Talvez seja apenas coincidência, mas atua no setor de móveis.

Para ele, o Estado tem que se valer dos recursos do petróleo. Cerca de 80% da produção nacional sai da bacia de Campos e do Pré-Sal. Os municípios que recebem a maior parcela dos royalties estão no Leste fluminense: Maricá, Saquarema, Niterói, Rio das Ostras. “É preciso aproveitar este potencial, para gerar atividade econômica, renda e emprego.”

-O Leste fluminense tem muita importância para o estado.  Considere que é uma região que tem uma população de 3 milhões de pessoas – afirma.

A Firjan acredita que Niterói tem um papel importante na retomada da atividade naval, com a recuperação do canal de São Lourenço, na Ponta da Areia, fundamental para a expansão do Porto e dos estaleiros, não apenas para a atuação no setor de óleo e gás, mas também na atividade pesqueira. O terminal pesqueiro é um dos investimentos do projeto.  Guadagnim tem participado do processo e procura a agenda na mesa para lembrar que nos próximos dias haverá uma reunião com a Prefeitura e a concessionária da Ponte Rio-Niterói para tratar do acesso à Ilha da Conceição, um dos gargalos para o desenvolvimento do projeto.  A obra deve passar pelo pátio da EcoPonte. “Tem que juntar todo mundo para encontrar uma saída. Prefeitura, indústria, a concessionária da ponte”, diz, confiante no interesse comum pelo desenvolvimento do estado e no entendimento.

Há outros investimentos importantes no Leste fluminense. Como a construção de um porto para óleo e gás, em Maricá, o Porto de Ponta Negra, em Jaconé. A Firjan acredita ainda na retomada do projeto do Comperj, em Itaboraí, porque não faz sentido abrir mão do potencial de desenvolvimento que oferece.  Guadagnin cita também as atividades do Porto do Forno, em Arraial do Cabo, e  Rio das Ostras, importante base para o apoio à atividade das plataformas da bacia de Campos.

-Na Firjan, nós estimulamos o investimento dos recursos dos royalties em atividades que possam dinamizar a economia. E recomendamos a criação de fundo soberano, para a aplicação destes recursos ao longo do tempo, porque o petróleo é uma riqueza finita e mesmo que ainda dure muito seu uso tende a diminuir com a substituição  por outro tipo de fontes de energia sustentável – explica.

Polo de tecnologia e economia criativa

Mas a maior aposta em relação a Niterói é como polo de tecnologia, com a capacidade de funcionar como um centro de conhecimento e indutor de desenvolvimento, papel que a cidade teve enquanto capital do antigo estado do Rio, pela infraestrutura que dispõe. Estradas, porto, telecomunicações, hospitais, escolas, comércio, capacidade de gestão, saneamento e sobretudo, como gosta de dizer, “inteligência.”

-Se fizer um censo, vai mostrar que Niterói tem uma enorme concentração de professores, pesquisadores e cientistas, um condição muito favorável para o desenvolvimento tecnológico e para a economia criativa – sustenta.

Para Guadagnin, a cidade ja está em transformação, com diversos investimentos em curso. “Se você olhar para o Centro, por exemplo, será uma outra cidade. E tem atraído investidores.” O investimento no setor pesqueiro é um exemplo que une a tradição e a modernização.

-Nós temos estudos regulares na Firjan sobre a eficiência da gestão e eles já apontaram, seguidas vezes, para a capacidade do gestão do município- comentou.

Casa da economia criativa

O desenvolvimento da economia criativa em Niterói já tem endereço certo. A casa da Firjan, no prédio histórico da Estação Cantareira, desapropriado pela Prefeitura de Niterói e entregue para a gestão da entidade, para funcionar como um centro de tecnologia, empreendedorismo e cultura.

-A indústria criativa está no DNA da Firjan. Quando você olha para a Casa Firjan, em Botafogo, você percebe o tamanho do investimento. Um casa antiga, que pertenceu a um empresário da cidade, restaurada em todos os seus detalhes, e equipada com tecnologia de ponta e que abre seu jardim para o público. Cultura, tecnologia e inclusão – explica. Segundo o empresário, a lógica da economia criativa é trazer o potencial da cultura para fazer negócios. Cita como exemplo, a moda. O polo tecnológico de Friburgo investe na modernização dos equipamentos mas ao mesmo tempo preserva habilidades locais no croché, no tricô, nos bordados.

Guidagnin reforça o esforço da Firjan para atrair as pequenas e médias empresas. Acredita que são importantes para a transformação dos negócios. Representam aa maioria das empresas, parte importante do emprego e da renda. E a valorização dos produtos locais, base da campanha Sou do Rio. Para ele, o crescimento da economia precisa gerar bem estar para todos, “porque não há como ser feliz enquanto tem gente em situação de rua.”

BR-101

Guadagnin costuma fazer o roteiro entre Rio, Niterói e Cabo Frio, onde mora, a principal ligação do Leste fluminense. Também percorre as cidades da região nas atividades da Firjan. E encontra na Br 101 sinais da retomada da economia da região.

-A nossa região é cortada pela Br 101, que é um eixo da economia nacional, o que faz que toda esta área seja muito propícia para a instalação de empresas de logística. Se vc passa por São Gonçalo e Itaboraí você já vê na beira da estrada os galpões que estão surgindo para armazenamento e distribuição de produtos e serviços.

Ele explica que a atividade, na região, é maior do que a abertura de empresas de distribuição de produtos de consumo, como os grandes depósitos atacadistas que aparecem em todo o país.  A mudança na legislação de transporte marítimo gerou novas oportunidades. Ele cita a existência do aeroporto de Cabo Frio, que é um aeroporto “alfandegado”, que tem condições e operar no transporte de equipamentos de off shore. E volta a falar do porto de Maricá, de Arraial do Cabo e de Rio das Ostras. Convencido que o desenvolvimento do estado passa pelo Leste Fluminense.

 

 

 

 

 

 

 

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