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Livro sobre as intrigas e disputas do dicionário ‘Aurélio’ tem lançamento em Niterói

Por Livia Figueiredo
| aseguirniteroi@gmail.com

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Obra foi lançada no Clube Central com a presença do autor e jornalista nascido em Niterói, Cezar Motta
Cézar Motta
Cézar Motta lança “Por trás das palavras”, que narra os bastidores da ambiciosa obra de referência do país, o “Aurélio”. Foto: Divulgação

Os bastidores da elaboração do “Aurélio”, o maior dicionário da língua portuguesa, no Brasil, e a briga pelos direitos autorais, que durou mais de 40 anos e afastou os colaboradores da obra assinada por Aurélio Buarque de Holanda. Esse é o enredo do livro “Por trás das palavras”, publicado durante a pandemia, e que, finalmente, terá seu lançamento presencial neste sábado (3), a partir das 17h, no Clube Central, com sessão de autógrafos com a presença de Cezar Motta, jornalista nascido em Niterói.

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“Por trás das palavras” é o retrato de uma grande aventura, que tem como pano de fundo a dinâmica da produção da mais ambiciosa obra de referência do país, o “Aurélio”, que se transformou no maior best-seller brasileiro de todos os tempos, com mais de 15 milhões de exemplares vendidos. Motta se propõe a resgatar a jornada de mais de dez anos para a finalização da obra, vaidades, curiosidades e as disputas pela coautoria as acusações de traição que duraram de 1975 a 2017 e foram parar no Supremo Tribunal Federal.

Direitos autorais 

Num trabalho de reportagem minucioso, Cézar Motta, formado em Jornalismo na UFF e que mora há 30 anos em Brasília, colheu depoimentos de gente que esteve na linha de frente do dicionário e construiu uma narrativa sensível, que muitas vezes lembra um romance, se não fossem os personagens absolutamente reais.

O livro fala dos escritores, acadêmicos, editores, jornalistas, políticos e empresários e apresenta um mosaico da  intelectualidade do país. São pessoas que participaram ou testemunharam os momentos determinantes de Aurélio Buarque de Holanda e de sua equipe: a incansável busca por recursos para financiar o projeto – lançado em 1975 – e, mais tarde, a acirrada disputa pelos milhões gerados pelo sucesso de vendas. Os colaboradores Joaquim Campelo e Elza Tavares pleitearam a coatoria da obra e uma parcela dos resultados das vendas.

Dos relatos emerge a figura de um Aurélio romântico, um caçador de palavras sem compromisso com prazos e custos. Também a de um homem preguiçoso, desorganizado e, por vezes, ardiloso, que desdenha do esforço de seus colaboradores. Aurélio ficou reconhecido pela sua cultura, memória e erudição. Um dos grandes, se não o maior filólogo do Brasil, de carisma inquestionável, que chegou a ser membro da Academia Brasileira de Letras.

– Hoje não se tem ideia do que é construir um dicionário. O Aurélio levou mais de dez anos para ficar pronto e, a partir de 1975, quando foi lançado, tornou-se obrigatório em escolas, redações, escritórios de advocacia, residências, gabinetes oficiais e até consultórios médicos – afirma Cezar Motta.

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