30 de dezembro

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Centro de Niterói será ocupado pela música, no domingo

Por Sônia Apolinário
| aseguirniteroi@gmail.com

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Encerramento do I Festival de Choro terá apresentação da “maior roda de choro do planeta” e da Sinfônica Ambulante
sinfônica na barca
A Sinfônica chegará para o evento de barca, vinda do Rio de Janeiro. Foto: arquivo A Seguir Niterói

Ocupar com música a principal avenida do Centro da cidade. Foi isso que planejou o trompetista Silvério Pontes para o encerramento do I Festival de Choro de Niterói, no próximo domingo, 23.

Tendo a Praça Arariboia como referência, o primeiro e segundo quarteirões da Avenida Amaral Peixoto serão interditados para os veículos. Próximo à praça, um praticável de 15 X 10 metros servirá de palco para as atrações, a partir das 10h.

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Oficinas musicais gratuitas com uma das principais escolas de música do Rio de Janeiro, uma roda de choro que, se depender dos organizadores, será a “maior do mundo” e um Carnabril de encerramento com a Sinfônica Ambulante fazem parte da programação, que tem hora certa para acabar: 16h. Isso porque, o local deverá ser liberado para a passagem da tradicional procissão em homenagem a São Jorge.

– No dia do Choro, vamos levar a música para o coração da cidade. Queremos fazer a maior roda de choro do planeta. Todas as escolas de música de Niterói estarão presentes e os alunos que souberem tocar choro também poderão participar. Queremos que todos venham tocar e ocupem a rua para cantar e dançar – afirma Silvério Pontes, coordenador do Festival e também do projeto Choro na Rua.

Além de cantar e dançar na rua, o público terá à disposição food trucks de comida e bebida que serão instalados em um trecho da área interditada.

Escola Portátil

A ocupação começa com as oficinas, ministradas pelos professores da Escola Portátil de Música, criada em 2000 por músicos profissionais de choro. Atualmente, conta com cerca de mil alunos nos Núcleos Urca (na UNIRIO) e Centro do Rio (Casa do Choro).

A equipe conta com cerca de 40 professores de flauta, clarinete, saxofone, trompete, trombone, contrabaixo, violão, cavaquinho, bandolim, pandeiro, percussão, piano e canto, tendo boa parte deles sido formada na própria EPM. Um ex-aluno da Escola, por exemplo, é Edison Matos, um dos fundadores da Sinfônica Ambulante. Aliás, outros músicos da fanfarra também passaram pela Escola.

Aqui vale um parênteses. Todos os sábados, por volta das 12h, no final das aulas, professores e alunos da EPM se reúnem nos jardins da Unirio, formam um “bandão” e tocam choro para o público. É uma atração semanal grátis, na Urca, no Rio de Janeiro.

Terminada as oficinas, começa a apresentação da DJ Pantoja, às 12h. Não, não terá música eletrônica. A música que sairá das caixas de som é choro.

Roda

De acordo com Silvério Pontes, cerca de 50 músicos formarão o núcleo inicial da “maior roda de choro do planeta”. Esse grupo será formado por integrantes da Orquestra Sinfônica Ambulante, da própria Escola Portátil, da Orquestra da Grota, do Programa Aprendiz Musical e alunos que participaram das oficinas do próprio Festival. A partir daí, quem quiser e souber tocar choro, pode subir no palco e se juntar ao grupo.

Vários artistas se apresentarão com os músicos. O primeiro será Armandinho (foto), que integra a banda “A Cor do Som”, vencedora do Grammy Latino 2021 na Categoria de Melhor Álbum de Rock ou Música Alternativa. Também participarão da roda Mônica Mac, Paulinha Diniz e Bruno Barreto.

A niteroiense Mônica Mac é co-idealizadora de projetos como “Samba Buarque de Holanda”, “Sai Samba de Cartola” e “Recriando a Criação”, em homenagem a Zé Catimba.

Paulinha Diniz é neta do Mestre Monarco da Portela e filha de Marquinhos Diniz. A artista já participou de grupos como “Cariocas como Batuque da Raça”, “Grupo Vem que dá Samba” e “Um Salto no Samba”. Atualmente, seguindo sua carreira solo, Paulinha Diniz e banda tem sua roda de samba no bar Recreio Carioca.

Já Bruno Barreto, músico também de Niterói, tem experiência com tamborim e já dividiu palco com nomes como Paulinho da Viola, Martinho da Vila, Diogo Nogueira, Teresa Cristina, Sandra de Sá, Léo Jaime e Arranco de Varsóvia. Atualmente, é vocalista do grupo Semente, importante banda nascida no boêmio bairro carioca da Lapa e ganhadora do Prêmio da Música como Melhor Grupo de Samba.

Carnabril

Às 15h começa a apresentação da Sinfônica Ambulante. Nesse momento, esqueçam o palco. Será na rua, andando no meio do público, que a fanfarra niteroiense vai tocar.

A essa altura do campeonato, o grupo já terá feito uma apresentação pelo Centro do Rio de Janeiro. A concentração é às 7h, na Pira Olímpica, perto da igreja da Candelária. O cortejo sai às 8h, com trajeto no sentido da Praça XV (não necessariamente em linha reta), terminando em Niterói.

– A ideia é justamente trazer o público do nosso Cortejo da Vitória do Rio para terras Araribóias – contou Edison Matos.

A vitória a que ele se refere e será comemorada é o bicampeonato do prêmio About Estandarte. Em 2023, a Sinfônica foi eleita, pelo segundo ano consecutivo, o melhor bloco de rua do Carnaval do Rio de Janeiro, em uma premiação do site especializado About Carnaval.

De barca, a Sinfônica chega em Niterói direto para participar das oficinas. Em seguida, ajuda a formar a “maior roda de choro do planeta”, antes de fazer sua apresentação.

A roda será “engordada”, por exemplo, com alunos do próprio Edson e de outros integrantes da Sinfônica – são cerca de 200, ao todo, nas oficinas do grupo.

– É importante unir forças, todo mundo junto, tocando música na rua, que é o que a Sinfônica sempre fez – comentou Edson que, nos anos 2000, foi aluno de oficina ministrada por Silvério Pontes.

E acrescenta:

– Silvério é uma grande referência pra gente, músico fora de série e grande parceiro da Sinfônica Ambulante já há alguns anos. Foi ele quem, pessoalmente, nos convidou para o projeto Choro na Rua, onde ficamos por cerca de um ano participando dos eventos mensais do coletivo de choro, em projeto mensal, no Jardim Icaraí.

 

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