23 de novembro

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Publicado

Construção de torres residenciais de 19 andares vai mudar a paisagem do Centro de Niterói

Por Sônia Apolinário
| aseguirniteroi@gmail.com

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Duas torres do Cury Rio Branco 200, onde funcionou o supermercado Carrefour, já estão em pré-lançamento. Ao todo, terão 650 unidades
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Os imóveis terão entre 30 e 54 metros quadrados. Previsão para o terreno é de até oito torres. Reprodução Internet

A paisagem de Niterói, vista da chegada das barcas na Praça Arariboia, vai mudar, como não acontece desde a construção do Plaza Shopping, em 1986: a avenida Rio Branco será o endereço de um dos maiores empreendimentos da cidade, a construção de até oito torres residenciais de 19 andares, no terreno que corre ao longo do Caminho Niemeyer, do antigo Carrefour ao Teatro popular.  Os dois primeiros prédios já estão em pré-lançamento.

O empreendimento, de caráter residencial, é da Cury. A empresa tem um projeto semelhante no Rio de Janeiro. São as torres do Porto Maravilha, em uma área de 14.348 metros quadrados, no Santo Cristo, com um total de 1.224 unidades. Em Niterói, as duas torres iniciais do Cury Rio Branco 200 terão, ao todo, 650 unidades. São apartamentos de 1 ou 2 quartos, que vão de 30 a 54 metros quadrados, com preços entre R$ 250 mil e R$ R$ 450 mil. Os prédios têm lazer no térreo e na cobertura.

No licenciamento da prefeitura, estima-se que o loteamento possa receber, no total, até 3 mil unidades residenciais. Caso isto se concretize, o empreendimento pode ter mais de 10 mil habitantes, um número de moradores do tamanho da população do município de Trajano de Moraes, e o dobro de Macuco, o menor dos 92 municípios do estado, com 5.648 habitantes.

O material promocional do empreendimento destaca sua “localização privilegiada, próximo de tudo o que você precisa”.

“Localização privilegiada”

As vendas estão sendo feitas por várias imobiliárias. Um vendedor da Spin informou que já foram feitas 300 reservas, antes mesmo do estande do empreendimento ser erguido no local. Ele também informou que o financiamento de até 80% do valor do imóvel será feito pela Caixa Econômica Federal.

Se sair mesmo do papel, será o primeiro lançamento imobiliário de grande porte na região, desde que o Plaza Shopping foi inaugurado, em 1986. Não terá sido, porém, a primeira tentativa.

Em 2012, duas torres projetadas pelo arquiteto Oscar Niemeyer começaram a ser construídas no mesmo local, mas tiveram as obras embargadas pela Justiça.

 

Imagem do empreendimento Torres Oscar Niemeyer. Foto: reprodução Internet

 

Naquele empreendimento, cada torre, de 28 pavimentos, teria 798 unidades, a serem ocupados por salas comerciais, quartos de hotel e restaurantes. A falta de um estudo de impacto viário foi um dos motivos alegados pela 5ª Vara Cível de Niterói para impedir a construção.

A ação partiu do Ministério Público do Rio de Janeiro, mais precisamente da promotoria de Tutela Coletiva, Meio Ambiente e Patrimônio Histórico de Niterói, tendo à frente o promotor Augusto Vianna. Rapidez para aprovação de documentos como Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança (EIV), inadequação do projeto à lei que regulamente a Área de Especial Interesse Urbanístico do Caminho Niemeyer e falta de informações por parte da Prefeitura de Niterói sobre a situação do processo de permissão para construção do empreendimento motivaram a iniciativa do MPRJ.

Para abrir caminho para a nova tentativa, o Executivo municipal, em janeiro passado, assinou uma licença para iniciar obras que vão criar oito novas quadras, no Centro da cidade, a serem ocupadas justamente por futuros lançamentos imobiliários residenciais.

A ideia é que os prédios tenham lojas no térreo. No material da Spin consta no endereço das torres, uma loja de 212 metros, mas que ainda não está à venda.

Quando anunciou a assinatura da licença, a Prefeitura informou que esse projeto será uma Parceria Público-Privada (PPP), que vai “contribuir para integrar o Caminho Niemeyer ao restante do bairro”. Informou também que as obras serão entregues no dia do aniversário da cidade, em 22 de novembro. A partir de então, caberá à iniciativa privada a ocupação das quadras com empreendimentos imobiliários.

 

Projeto da Prefeitura que prevê criar quarteirões, no Centro, a serem ocupados por prédios residenciais. Foto: reprodução rede social da Prefeitura.

A meta do município é licenciar ao menos três mil unidades habitacionais na área, até 2024. E com isso receber R$ 4 bilhões em investimentos imobiliários nos próximos dez anos.

 

 

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