21 de dezembro

Niterói por niterói

Pesquisar
Close this search box.
Publicado

Cartunista Márcio Malta lança livro de charges de forma gratuita: ‘Democratizar a cultura é fundamental’

Por Livia Figueiredo
| aseguirniteroi@gmail.com

COMPARTILHE

Livro do colaborador do A Seguir: Niterói resgata os últimos acontecimentos políticos, sociais e culturais durante o governo Bolsonaro
Marcio Malta
O cartunista, professor e pesquisador, Márcio Malta. Foto: Divulgação

O cartunista e professor de Ciência Política, Márcio Malta, encontra na política não apenas um instrumento de vazão para seu processo criativo, mas também uma fonte que serve muito bem como objeto de estudos. O livro “Acabou: charges sobre o governo Bolsonaro publicadas na Folha de São Paulo”, que será lançado em formato e-book, na próxima segunda-feira (9), se propõe a retratar os últimos – e trágicos – acontecimentos políticos, sociais e culturais durante o governo Bolsonaro.

O volume é um compilado de charges, publicadas originalmente na Folha de São Paulo, organizado em sequência cronológica. Nico, como também é conhecido, é colaborador do A Seguir: Niterói. Sua assinatura é de uma ironia refinada e ácida.

Leia mais: Sinfônica Ambulante toca os primeiros acordes do Carnaval

Primeira publicação da editora independente Uaná, o livro é voltado também para artes, poesia e academia. A ideia é que a obra se insira em um contexto contra-hegemônico ao traçar um diálogo com jovens e periféricos. As charges foram publicadas na grande imprensa, mas o objetivo do livro é chegar em outros segmentos também. Muitos dos desenhos foram publicados, em primeira mão, no A Seguir: Niterói.

– Acho fundamental essa ponte com o jornalismo local. Falar com a sua própria aldeia, como diria Fernando Pessoa – ressalta.

Em conversa com o A Seguir, ele fala do livro que não se restringe apenas à crítica política, ao memorializar a partida de nomes como Elza Soares e Gal Costa, e ressalta a importância da democratização da cultura, de modo que o consumo da literatura não se limite apenas a determinadas camadas sociais:

– O objetivo de disponibilizar o livro para download gratuito é fazer com que circule o máximo possível. Democratizar a cultura é fundamental. Demonstrando uma concepção política, um projeto de sociedade, mas levando também a arte para acalentar um pouco o cotidiano das pessoas. O livro traz, por exemplo, caricaturas de Gal Costa e Elza Soares, que morreram no período. Mesmo não tendo relação com a política estritamente, representam vozes de liberdade e resistência.

Em um contexto de mudança e transformação, que emerge da gestão de um novo governo, Nico conta que o ao fazer um apanhado de charges, ao longo da segunda metade do mandato de Bolsonaro, o livro documenta momentos históricos e alarmantes do país. Os desenhos cobrem principalmente a CPI da Covid, com a demora das compras da vacina, além das concessões ao centrão e critica o responsável pelo desastre na economia, o ministro Paulo Guedes.

– A promessa dele em fazer um crescimento em V, por exemplo, virou V de vexame, nas minhas charges. O curioso é que o presidente em si não foi retratado nenhuma vez. Primeiro, por não ter estômago, segundo, para não divulgar ainda mais a figura e, terceiro, para evitar processos, como alguns cartunistas sofreram – completa.

No total, 20 desenhos foram reunidos, contando com as duas artes
homenageando o cartunista Quino, criador da Mafalda, publicadas no site G1, após o seu falecimento em setembro de 2020.

Sobre o autor

Márcio Malta é professor adjunto de Ciência Política da Universidade Federal Fluminense (INEST/UFF, Relações Internacionais). Pesquisador do Laboratório de Estudos em Política Internacional (Lepin/Uff) e do Imaginasul (UFF). Doutor em Ciência Política no Programa de Pós-graduação em Ciência Política da Universidade Federal Fluminense (PPGCP/UFF).

Atua nas áreas de Relações Internacionais, pensamento social brasileiro e pensamento político latino-americano. Mestre em Ciência Política pelo Programa de Pós-graduação em Ciência Política da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Bacharel e licenciado em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense. Cartunista, assina o pseudônimo de Nico

COMPARTILHE