Que somos todos seres únicos, todos já sabemos. Mas como conviver com pessoas completamente diferente de nós, com pensamentos, ideias distintas, principalmente no universo corporativo?
Fácil não é, afinal o ambiente de trabalho é um celeiro perfeito para a construções de diferentes personalidades. Cada um com sua história de vida e sua bagagem de construções psicológicas equilibradas ou não.
Toda organização compõe-se de estrutura física, tecnologia, normas, procedimentos, processos, regras e recursos humanos. Estes últimos, as pessoas, talvez sejam os mais complexos a serem administrados e gerenciados. Isto se deve ao fato de que, possuímos diferentes características comportamentais, aptidões, atitudes, motivações e habilidades que vão caracterizar tipos psicológicos divergentes, de acordo com nossa herança genética, nossas influências familiares e as vivências que tivemos ao longo da vida.
Em uma mesma instituição podemos ter que conviver com o temperamental, o crítico, o rabugento que reclama de tudo, o extrovertido, o introvertido, o assanhado, o tímido ao extremo, o feliz demais, o depressivo, o medroso, o sabe tudo, o folgado, o enrolado e lento, o desatento, o amável sempre disposto a ajudar, o centralizador, o altamente produtivo, e por aí vai.
Se formos descrever todos os tipos levaremos um bom tempo. A questão é que, em alguns casos, as incompatibilidades despontam divergências carregadas por conflitos que irão exigir jogo de cintura, controle emocional e um excelente manejo do gestor da empresa, com o objetivo de promover a harmonia do ambiente e garantir a produtividade dentro da eficácia esperada pelos donos.
Ninguém é obrigada a aceitar ou amar ninguém. Mas o respeito precisa imperar, pois não se pode abrir mão da compatibilidade entre as personalidades dos respectivos membros da organização para que o grupo de trabalho seja capaz de garantir coesão e harmonia no cumprimento das tarefas cotidianas.
O bom relacionamento entre as pessoas é um dos fatores determinantes para um clima saudável dentro de uma organização. Até porque, no ambiente corporativo, geralmente não cabe a nós escolher os colegas, de maneira que precisamos aprender a conviver com os diferentes temperamentos, comportamentos e ideologias. É preciso saber separar assuntos pessoais dos profissionais e vice-versa, a amizade não deve interferir no andamento dos negócios.
Pode parecer uma tarefa difícil, porém é um exercício de relacionamento como qualquer outro, que exige habilidades como paciência, flexibilidade, humildade e, acima de tudo, respeito. Lidar com o outro é uma arte.
Devemos levar em consideração os nossos limites e os limites deste, ainda assim respeitar a hierarquia e as regras impostas pela instituição. Afinal, saber lidar com as pessoas e trabalhar em equipe é fundamental para quem quer se destacar na carreira, independente do ramo escolhido.
Enfim, flexibilidade é o segredo para o correto manejo das inconsistências no ambiente laboral. Visto que, relacionar-se e se comunicar com o outro é um desafio desgastante. Pois, sentimentos como orgulho e ego fazem com que as pessoas fechem os olhos para seus próprios defeitos e fraquezas e pratiquem o julgamento desmedido.
Sendo flexíveis e humildes podemos ensinar e aprender, crescer e absorver conhecimento, tirando vantagem das próprias diferenças, alavancando o sucesso empresarial e pessoal de todos os envolvidos, favorecendo o bem-estar e o equilíbrio mental dentro e fora da companhia.
Dra. Andréa Ladislau / Psicanalista