24 de novembro

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Especialista volta a recomendar uso de máscara contra Covid em locais fechados

Por Livia Figueiredo
| aseguirniteroi@gmail.com

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De acordo com a cientista Mellanie Fontes, ainda não há evidências de que a doença provocada pela nova variante da Covid seja mais grave
máscara covid ufrj
O aumento de casos de Covid está chamando a atenção dos infectologistas que recomendam uso de máscara em locais pouco ventilados. Foto: Ana Marina Coutinho (SGCOM/UFRJ)

O aumento de casos de Covid, com o avanço de novas variantes da Ômicron, como a BQ.1, chama a atenção e acende o alerta de infectologistas, que temem uma nova onda do coronavírus no Brasil. Na Europa, a variante já colaborou para o aumento de infecções em países como Alemanha e França.

Embora um maior número de casos da doença seja nítido em esfera nacional e estadual, o número, no estado do Rio, se manteve estável. Na semana passada, a Semana Epidemiológica 44, em relação à semana anterior: foram 4.364 registros, contra 4.935. Embora estável, o crescimento de atendimentos de Covid já pode ser identificado nas últimas duas semanas e isso se reflete na procura nos prontos de socorros, que funcionam como um termômetro para os profissionais de saúde. A previsão é que seja observado um aumento expressivo de novos casos nas próximas duas semanas.

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Especialistas afirmam que as possibilidades são múltiplas e que ainda é difícil precisar exatamente quais fatores explicariam esse aumento. Pode ir desde uma subnotificação maior em outros lugares, até mesmo à própria dinâmica de grandes centros urbanos, que podem acabar manifestando casos antes de regiões menores.

– Os dados são muito iniciais ainda. Porém, indicam a possibilidade de aumento da transmissibilidade em virtude do que estamos vendo no aumento do número de casos, em alguns países em que essa onda já chegou. Não temos evidências de que a doença provocada por essa variante seria mais grave, e apesar de ela ter um escape imunológico importante dos anticorpos monoclonais (um tipo de tratamento indicado pra alguns casos de Covid-19), é bastante possível que as vacinas sigam com boa proteção, principalmente contra a doença, e que vacinas atualizadas sigam abrangendo essa variante, que é uma “versão” da Ômicron, variante-alvo desses imunizantes atualizados – explica a cientista Mellanie Fontes-Dutra, doutora em neurociências pela UFRGS, Coordenadora da Rede Análise. Ela é ainda professora da Escola de Saúde da Unisinos.

Em entrevista ao A SEGUIR, ela explica que o escape da vacina, pela nova variante, pode ser explicado devido à presença de determinadas mutações. Estas podem alterar a estrutura de partes impotentes do vírus usadas para o seu reconhecimento, que pode ser reforçado por parte de alguns anticorpos, “porém, as células imunes são menos dribláveis a essas modificações e seguem mantendo a proteção contra a doença”, aponta.

Uma pessoa que pegou Covid recentemente possui uma resposta imunológica baixa para esta variante?

– Primeiro, é importante falar que a proteção contra a doença se mantém por bastante tempo, e é menos driblável às modificações que vimos até o momento dessas variantes. Já a proteção contra a infecção pode ser mais modificável, e por isso uma pessoa que pegou Covid, alguns meses atrás, pode ter risco de uma reinfecção com novas variantes agora, se elas forem diversas o suficiente para permitir que o vírus drible a defesa de anticorpos e entre na célula. Novamente, cabe reforçar que a defesa de células é menos driblável e está muito relacionada a proteção contra a doença e suas versões mais severas – afirma.

Principais cuidados

Por enquanto, a recomendação da especialista é ventilar bem ambientes, completar seu esquema vacinal e manter seus reforços da vacina em dia. Além disso, no menor sinal de sintomas gripais, testar e isolar-se. O cuidado deve ser redobrado para os imunossuprimidos. Com a aprovação de um reforço atualizado, é bastante plausível considerar um terceiro reforço para uma população mais abrangente.

Prefeitura de Niterói monitora

Em Niterói, foram 25 casos confirmados na semana 42, contra 160 na semana 43, e 155 na semana 44. O índice da semana 43, aliás, acendeu um alerta dos especialistas, invertendo uma tendência de queda que já durava seis meses. No momento, não há pacientes internados na rede municipal de Saúde com a doença e também não houve registro de óbitos.

Devido ao avanço de casos, a Fundação Municipal de Saúde (FMS), inclusive, reforçou a necessidade de atenção às medidas sanitárias, como uso de máscara pelos grupos de risco (idosos, gestantes e pessoas com morbidade), em caso de qualquer sintoma gripal e em unidades de saúde, além de manter as mãos higienizadas.

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