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Órgão ligado ao governo do Rio de Janeiro, o Instituto de Segurança Pública (ISP) registrou roubos ou furtos de 746 celulares em Niterói, entre janeiro e setembro de 2022 – um a cada oito horas, o que representa um aumento de 80,2% em relação ao mesmo período de 2021. Esta explosão de casos tem provocado um estado permanente de alerta entre os moradores da cidade.
– Aconteceu em um segundo. Estava num táxi, no banco de trás, distraído, quando uma pessoa desceu de uma moto, se aproximou do motorista, levou o telefone dele e o meu. Só queriam os celulares. Não levaram mais nada, um prejuízo enorme – contou o engenheiro Lucas Fernando, que perdeu o aparelho em setembro e agora usa um modelo mais barato, com medo de ter novo prejuízo.
O motorista de aplicativo Renato Ramos, de 32 anos, foi outro que viveu essa experiência. Ele conta que teve seu celular furtado no início de outubro, mês que ainda não foi contemplado no levantamento do ISP. Além do prejuízo financeiro, Ramos disse que precisou cancelar cartões e trocar senhas bancárias porque costumava anotar essas informações no aparelho.
A Seguir: Explosão do crime: Niterói tem um furto a cada 90 minutos no 2º semestre
– Não tem nada pior do que perder um celular, ainda mais eu que preciso para trabalhar no Uber. Não sei quem pegou, ou como pegou, só sei o perdi quando resolvi tirar alguns minutinhos para comer alguma coisa. Parei numa lanchonete em Itacoatiara, comi, quando voltei para o carro, vi que estava sem celular. Não sei se caiu do bolso ou se pegaram sem eu perceber – lamentou.
Renato tinha um Iphone 11 de 64 gb, avaliado em cerca de R$ 3 mil em lojas de varejo. Ao perceber o dano, ele fez um boletim de ocorrência na 81ª DP, em Itaipu, mas nunca mais recuperou o aparelho. Na verdade, recorreu às suas economias de emergência para comprar um novo celular no dia seguinte.
– Tive que comprar um celular mais barato, até troquei a marca, porque senão gastaria um mês de trabalho para pagar esse prejuízo, mesmo parcelando. É complicado, mas não teve jeito. Pelo menos aprendi a lição de não guardar nenhum dado bancário ou pessoal no celular. A gente nunca sabe o que pode acontecer – concluiu.
Quase todos os meses de 2022 registraram um acréscimo deste tipo de crime se comparado ao ano passado, mas o mês de agosto, em especial, retratou o ápice da criminalidade. Entre o dia 1º e o dia 31, houve 189 casos de furto ou roubo de celular. Isto é: seis por dia, ou seja, um a cada quatro horas.
Os dados divulgados pelo ISP são coletados por meio dos boletins feitos nas delegacias de Niterói. E nenhua Delegacia Policial (DP) registrou mais ocorrências do que a 76ª, localizada na avenida Amaral Peixoto, no centro. De janeiro a setembro, foram 346 casos, sendo 240 furtos e 106 roubos.
Centro (76ª DP)
Roubos: 106
Furtos: 240
Total de ocorrências: 346
Icaraí (77ª DP)
Roubos: 35
Furtos: 116
Total de ocorrências: 151
Fonseca (78ª)
Roubos: 70
Furtos: 58
Total de ocorrências: 128
Itaipu (81ª DP):
Roubos: 18
Furtos: 46
Total de ocorrências: 64
Jurujuba (79ª DP)
Roubos: 13
Furtos: 44
Total de ocorrências: 57
Roubo: está tipificado no art. 157 do Código Penal, com o seguinte texto: “subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência à pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência”. Pena: reclusão, de 4 a 10 anos, e multa.
Furto: está tipificado no art. 155 do Código Penal, com a seguinte redação: “subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel”. Pena: reclusão, de 1 a 4 anos, e multa. A pena pode aumentar em um terço se o crime for praticado à noite.
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