22 de dezembro

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Diálogo e provocações, na Sala Nelson Pereira dos Santos

Por Livia Figueiredo
| aseguirniteroi@gmail.com

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Evento, que foi realizado neste domingo (23), fez parte do circuito cultural “Caminho do Sentir” e contou com sete histórias sobre cultura, criatividade, astrologia e amor, pelo olhar da neurociência
ocupação aflora
Sete narrativas, sete cores, na Ocupação Aflora, na Sala Nelson Pereira dos Santos. Foto: Livia Figueiredo

Um intercâmbio cultural. Um olhar atento para a escuta, para o diálogo. A conexão sobreposta à individualidade. O pertencimento estabelecido na partilha de um bem maior. Essa foi a proposta da Ocupação Aflora, realizado na Sala Nelson Pereira dos Santos, no Reserva Cultural, neste domingo (23), para, como já sugere o nome, uma grande ocupação. O evento faz parte do circuito sensorial “O Caminho do Sentir”, fruto de uma parceria de duas publicitárias: a fundadora do Fantástico Mundo do Circo, Val Martins, e a criadora da agência Aflora, Mari Hosannah.

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No total, sete convidados dividiram o palco para falar de temas diversos, como astrologia, comunicação, felicidade, entre outros. Uma experiência onde as provocações e cores da Exposição “Por trás da Ponte: O caminho do sentir”, que fica no MAC até 20 de novembro, ganham vida e narrativa pela história de 7 palestrantes. O elo de todas as palestras é o sentimento de pertencimento ao mundo e o diálogo constante com os sentimentos e anseios.

A Ocupação 

A apresentação ficou por conta da atriz, cantora e apresentadora Babi Xavier, e a curadoria é de Fátima Rendeiro. O encontro contou com sete histórias, e o violão de Davi, que anunciava a temática de cada palestra nos intervalos, com um repertório composto por músicas que transitam de Caetano Veloso a Lenine.

O evento

“Quando você se permite ser?”, com Luiza Perin (canoa e expedição); “Quando você se permite sentir?”, com Pedro Gerolimich (cultura e criatividade); “Como você se apresenta pro mundo?”, com Pedro Cruz (diversidade e impacto); “Quanto você se permite amar?”, com Ana Carolina Souza (neurociência); “Como você se expressa pro mundo?”, com Babi Xavier (comunicação e psicologia); “Como você vê o mundo?”, com Adriana Hack (comportamento humano); e “Quanto você se entrega pro mundo?”, com José Maria Neto Gomes (astrologia).

Mais do que levar pro palco da Sala Nelson Pereira dos Santos, o encontro foi como um convite para captar os detalhes de cada mensagem dentro da nossa própria história, por meio de narrativas que instigam e emocionam, da forma mais acessível e crua possível.

O excesso do individualismo e da falta de cooperação e de pertencimento foi tema chave da palestra “O que você entrega para o mundo?, do astrólogo José Maria. Ele conversou com o A Seguir: Niterói sobre as principais questões que orbitam o pertencimento e o cosmos:

– O diálogo significa sair da posição perceptual do “eu” para uma posição do “nós”. As pessoas só têm se preocupado com o que vão ganhar ou perder, sem ter em vista o que ainda podemos fazer que seja de benefício para a maioria, que gere algum nível de riqueza para todos.  Essa mensagem da palestra está muito integrada a uma necessidade de mudança – antecipa.

O diálogo do “eu” e do “outro”, pelo astrólogo José Maria. Foto: Arquivo Pessoal

Mestre e Doutora em Neurofisiologia pela UFRJ, com especialização nas áreas de Emoção e Regulação da Emoção, Ana Carolina Souza falou sobre o afeto pelo olhar da neurociência. Com mais de 20 anos de experiência em Neurociência Comportamental, ela é professora na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e na Fundação Dom Cabral (FDC), onde leciona disciplinas de Neurociência aplicada à Gestão e ao Comportamento do Consumidor, e como colunista da revista Você RH.

Na palestra, Ana explica que a proposta é trazer algumas referências sobre o que acontece no cérebro das pessoas quando elas estão amando. No lugar de traduzir conceitos da neurociência, ela adotou como proposta uma divagação sobre a forma de olhar e convidou as pessoas a refletirem sobre como podem viver relações amorosas de diversos tipos.

– A ideia é se afastar um pouco da necessidade de explicar o amor e se aproximar de um entendimento de como podemos viver na prática esse amor. E tem uma série de benefícios que sabemos com as informações científicas que mostram isso. A qualidade das nossas relações sociais influenciam na nossa saúde, na longevidade e na resiliência, nos ajuda a recuperar do estresse, a ter satisfação com a própria vida, entre outros fatores – conta.

A neurocientista Ana Carolina Souza é uma das convidadas da Ocupação Aflora. Foto: Arquivo Pessoal

Leia também: Um convite ao diálogo, o encontro do eu e do outro, na palestra do astrólogo José Maria, em Niterói

Publicitário e entusiasta da Comunicação como ferramenta de transformação, Pedro Cruz foi sócio e diretor de estratégia num hub de ferramentas sociais com foco em Diversidade, Equidade e Inclusão e também embaixador do Dia Mundial da Criatividade, movimento chancelado pela ONU em países que desenvolvem projetos em economia criativa.

Além disso, é fundador do Escritas Diversas, clube de leitura LGBTI+ integrado ao Conexões Diversas, hub de cultura queer e conselheiro na Batekoo, plataforma voltada à juventude urbana, negra e LGBTI+. Na Ocupação Aflora, o talk dele foi representado pela cor amarela. O seu diálogo, que fez referência à célebre “Mistério do Planeta”, dos Novos Baianos, falou principalmente sobre a imensidão de celebrar a nossa existência.

– O convite para a Ocupação Aflora foi um dos mais sensíveis e acolhedores que já recebi. E reflete muito sobre como me vejo e projeto pro mundo; com sensibilidade e acolhimento. Precisei acolher a mim mesmo em primeiro lugar, através de vários elementos, inclusive, a música. É a partir da trilha que sempre me atravessou que pretendo explorar o tema. Contando e cantando a minha travessia. Há muita beleza dentro de nós. Só precisamos refletir ela para o mundo – completa.

O publicitário Pedro Cruz foi um dos convidados da Ocupação Aflora. Foto: Arquivo Pessoal

Ao fim da Ocupação, uma confraternização. A área externa foi ocupada por muita música, comida e bebida, com o combo Sensorial Aflora: sanduíche exclusivo, batata com molho exclusivo e bebida de brinde, assinados pelo Drop Burger. A bebida foi grátis e da escolha do público presente: chopp, refrigerante, suco de limão ou laranja.

– Foi um evento pensado com muito carinho. É um projeto que começou no MAC, e que passa por espaços culturais que são muito importantes e são lugares que eu e a Mari (Hosannah) frequenta. O “Caminho do Sentir” é um andar nosso. Tudo que foi falado aqui a gente acredita e gostaria que fosse reverberado – finaliza.

Mari Hosannah, praticamente sem voz, embargada pela sensação de dever cumprido, completa: “Estou muito emocionada. Muito obrigada a todos pela presença”.

O Caminho 

O Fantástico Mundo do Circo, de Val Martins, publicitária de formação, agora se junta à agência Aflora, de Mari Hosannah, que cria conceito e experiências sutis para marcas, para a ocupação artística de três espaços culturais de relevância para a cidade. A viagem começou no sábado, 8 de outubro, e convida quem tem o desejo de percorrer caminhos de experimentação a uma jornada sensorial inspiradora.

“O caminho do sentir” inclui a exposição sensorial “Por trás da ponte”, no Museu de Arte Contemporânea (MAC); atividades gratuitas e abertas ao público no pátio do MAC, que vão de meditação à dança circular e são voltadas para todas as faixas etárias; a Ocupação Aflora, no Reserva Cultural, que terá sete rodas de conversa; e o espetáculo “Voar pra dentro de si”, no Theatro Municipal. As idealizadoras do projeto contam que se conheceram na busca por experimentar novas vivências e sensações.

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