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Quem frequenta a praia da Boa Viagem ou o MAC sabe que a região está com novos ares. As aulas de tecido acrobático emprestaram um novo tom para o local – não só pela paleta de cores que chama a atenção de longe, mas também pelas acrobacias e pelo seu ballet aéreo que cativa pela sua fluidez que mistura força e beleza.
O Fantástico Mundo, de Val Martins, publicitária de formação, agora se junta à agência Aflora, de Mari Hosannah, que cria conceito e experiências sutis para marcas, para a ocupação artística de três espaços culturais de relevância para a cidade. A viagem começa no sábado e convida quem tem o desejo de percorrer caminhos de experimentação a uma jornada sensorial inspiradora.
O caminho do sentir
“O caminho do sentir” inclui a exposição sensorial “Por trás da ponte”, no Museu de Arte Contemporânea (MAC); a Ocupação Aflora, no Reserva Cultural, que terá sete rodas de conversa; e o espetáculo “Voar pra dentro de si”, no Theatro Municipal. As idealizadoras do projeto contam que se conheceram na busca por experimentar novas vivências e sensações.
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Fundadora do Fantástico Mundo, Val Martins, natural de Brasília, se encontrou na Boa Viagem. Na prática circense ela identificou em Niterói a oportunidade de morar perto do mar, em um lugar mais calmo e com as características que estava buscando naquele momento.
– Eu queria estar próxima de uma cidade grande, mas não queria estar em uma. A praia da Boa Viagem é perfeita para a prática do tecido porque a gente consegue montar rapidamente – e com segurança – um aparelho aéreo. Foi tudo muito rápido. As pessoas perguntavam se eu dava aula quando me viam no tecido, que na verdade era um hobby para mim porque eu sou publicitária. Foi quando eu voltei para Brasília e conversei com minha professora. Ela montou um curso para mim e eu fui atrás de especialidades. Aceitei o desafio. Fiz yoga, que foi muito importante para criar noção de corpo físico para a prática circense. Faz todo sentido levantar esse voo e agora voltar a Niterói e levar a arte para onde o projeto começou – explica.
Responsável pela Aflora, Mari Hosannah, que além de publicitária é especialista em responsabilidade social pela UFRJ, diz que sentiu necessidade de se aproximar das suas próprias convicções. Ela fala do significado que as cores emprestam e os simbolismos que elas carregam:
– Essas experiências são frutos do que a gente viveu e topou sentir. Então esse caminhar e as 7 cores que pertencem a ele, que nesse projeto são espelhadas nas cores do tecido, foram pensadas para que a gente pudesse criar uma grande roda coletiva. A cor vermelha, por exemplo, representa coragem, o elemento terra. O pátio do MAC vira esse palco em conjunto para que a gente compartilhe nossas vivências e experiências em cursos de forma aberta. Cada semana será feita uma provocação sobre um tema específico. E algumas atividades serão propostas, como dança circular, instrumentalização, meditação ativa e sonora, envolvendo instrumentos musicais, entre outros – completa Mari.
A intervenção artística, prossegue Val, tem como objetivo promover o caminho do sentir de várias formas diferentes: no MAC por meio de uma exposição fotográfica e atividades no pátio do museu; depois o circuito chega ao Reserva Cultural para dialogar com essa arte e estimular reflexões, com a presença de alguns palestrantes, como a Luiza Perin, para falar de canoagem e superação, Pedro Cruz, para falar sobre diversidade e impacto, a neurocientista Ana Carolina de Souza, para falar sobre o lugar do afeto pela ótica da neurociência, o astrólogo José Maria Gomes, para falar da beleza que começa por dentro e, por fim, tudo desemboca no Theatro Municipal para que essas provocações ganhem vida.
A exposição do MAC
A exposição que será inaugurada no MAC neste sábado (8), às 15h, fica em cartaz até o dia 20 de novembro. A mostra, narrada por sete fotos, com sete alunos de perfis diferentes, sete músicas, sete mensagens e sete cores, marca um circuito sensorial. O pátio do museu será pintado com as sete cores e, uma vez por semana, acompanhando a cor e a mensagem daquele período, será promovida uma experiência. A exposição exibe posturas e figuras que não são extremamente acrobáticas e difíceis. O intuito é passar a sensação de que as pessoas podem praticar o tecido e estimular a fazer algo diferente, a se provocarem.
A ocupação Aflora
A Ocupação Aflora será realizada no Reserva Cultural no dia 23, a partir das 16h. A apresentação fica por conta da atriz, cantora e apresentadora Babi Xavier, e o encontro contará com sete histórias e uma atração surpresa: “Quando você se permite ser?”, com Luiza Perin (canoa e expedição); “Quando você se permite sentir?”, com Pedro Gerolimich (cultura e criatividade); “Como você se apresenta pro mundo?”, com Pedro Cruz (diversidade e impacto); “Quanto você se permite amar?”, com Ana Caroli na dos Santos (neurociência); “Como você se expressa pro mundo?”, com Babi Xavier (comunicação e psicologia); “Como você vê o mundo?”, com Adriana Hack (comportamento humano); e “Quanto você se entrega pro mundo?”, com José Maria Neto Gomes (astrologia). O ingresso custa R$ 10 (inteira).
No meio do caminho, o Theatro Municipal
O caminho se encerra no Theatro Municipal, onde as sete provocações ganharão vida pela arte dos alunos do Fantástico Mundo no espetáculo “Voar para dentro de si”. As apresentações serão nos dias 4 e 5 de novembro, respectivamente às 20h e às 18h. O ingresso custa R$ 60 (inteira).
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