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O Ministério da Cidadania começou a liberar, nesta segunda-feira (19), o pagamento de R$ 600 correspondente à parcela de setembro do Auxílio Brasil, a segunda desde que o benefício, que era de R$ 400, teve o aumento aprovado pelo Congresso Nacional.
O acréscimo, concedido por meio de Proposta de Emenda Constitucional (PEC) como forma de driblar a legislação eleitoral, só é válido até dezembro deste ano.
Este aumento do benefício, entretanto, não consegue amparar as 28.233 famílias beneficiadas em Niterói. Isso porque, de acordo com levantamento feito pelo A Seguir, as cestas básicas ficam acima desse valor, em quatro redes de supermercados no município.
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O levantamento, baseado na metodologia do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), foi realizado em unidades do Supermarket, do Rede Economia, do Extra e do Mundial.
O custo da cesta básica, que contém apenas mercadorias alimentícias, isto é, não incluem quaisquer produtos de limpeza e/ou higiene pessoal, variam de R$ 684 a R$ 737. Quem opta por comprar carne vermelha, como coxão mole (chã de dentro), coxão duro (chã de fora) e patinho, todos os cortes sem osso, já “perde” metade desse valor.
O patinho bovino moído, por exemplo, está numa média de R$ 48. O preço mais em conta foi encontrado no Supermarket, a R$ 39,98 o quilo, enquanto no Extra essa mesma proteína custa R$ 56,68.
Uma caixa de leite sai por, no mínimo, R$ 5,49 (Extra e Rede Economia). O quilo do arroz branco tipo 1 varia de R$ 4,49 a R$ 4,70. O feijão preto, por sua vez, foi encontrado por até R$ 6,41, nas prateleiras.
A batata inglesa está na faixa de R$ 4,30 o quilo, enquanto o tomate sai por, no mínimo, R$ 5,20 o quilo. Já o quilo do pão francês custa em média R$ 14. O quilo do açúcar custa, em média, R$ 5,16, enquanto o óleo (900g) e a manteiga (500g) saem, respectivamente, por R$ 9,90 e R$ 28,90.
A lacuna entre o mínimo necessário para viver e o auxílio não apenas é sentida em Niterói, mas em outras 17 capitais mapeadas pelo Dieese. O benefício, portanto, é suficiente para comprar uma cesta básica apenas em Recife (R$ 598,14), Natal (R$ 580,74), Salvador (R$ 576,93), João Pessoa (R$ 568,21) e Aracaju (R$ 539,57).
Segundo a Secretaria Municipal de Assistência Social e Economia Solidária, hoje são 36.949 famílias de moradores de Niterói que estão inscritas no Cadastro Único com o perfil para o Programa Auxílio Brasil.
Destas, 28.233 famílias são beneficiárias, totalizando 65.777 pessoas. Mas este número pode ser maior e passar de 80 mil pessoas. Na estimativa da Prefeitura, em suma, 8.716 famílias aguardam na fila de espera do CadÚnico.
O Rio de Janeiro, aliás, é a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o quarto maior custo (R$ 733,14). Somente São Paulo (R$ 777,01), Florianópolis (R$ 760,41) e Porto Alegre (R$ 754,19) têm cestas básicas mais inflacionadas.
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O custo da Cesta Básica no município carioca, inclusive, sofreu um acréscimo de 14% nos últimos 12 meses. Afinal, os mesmos produtos foram comprados por R$ 643,06 em setembro de 2021.
Os produtos da Cesta Básica e suas respectivas quantidades mensais são diferentes por região e foram definidos pelo Decreto Lei nº 399 de 1938, que continua em vigor. A sua estrutura encontra-se abaixo:
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