26 de dezembro

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Andrea Ladislau

Andrea Ladislau é graduada em Letras e Administração de Empresas, pós-graduada em Administração Hospitalar e Psicanálise e doutora em Psicanálise Contemporânea. Tem especialização em Psicopedagogia e Inclusão Digital. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional a pessoas do Brasil inteiro.
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O que leva uma pessoa a se tornar um hater nas redes sociais?

O ataque perverso gera prazer e estimula hormônios como a adrenalina e a oxitocina,

A exposição da cultura do ódio e perseguição provocada por  haters (odiadores), tendo como alvo tanto pessoas famosas quanto anônimas, demonstra um verdadeiro avanço do extremismo julgamento nas redes sociais que pode provocar sérios danos à saúde mental das vítimas, inclusive motivando episódios suicidas.

E o que leva uma pessoa a destilar o ódio na internet? Quais as consequências na vida de quem está na mira destes ataques virtuais?

A cultura narcisista pode ser a mola impulsionadora deste movimento nocivo ao ser humano, afinal desejamos que o mundo veja uma realidade diferente daquela que muitas vezes vivemos, e as redes sociais nos permitem isso. Uma verdadeira explosão de espelhos irreais que nem sempre refletem nossa vida real.

Além disso, a falsa ideia de invisibilidade ou de “estar protegido” por uma tela, alimenta a permissividade, a segurança e a onipotência validando as agressões preconceituosas que culminam no ódio generalizado. Ataques que, muitas vezes, provocam danos irreversíveis naqueles que estão sendo atacados, causando sérios desequilíbrios à saúde mental de suas vítimas.

Apesar de termos hoje a ajuda das delegacias especializadas em ataques virtuais, equipadas com instrumentos de rastreio tecnológico cada vez mais avançados, capazes de localizar e identificar um “hater” expondo sua verdadeira identidade de forma rápida e assertiva, a internet ainda traz a falsa atmosfera de impunidade e condescendência, na qual o indivíduo impiedoso acredita que possa estar protegido por uma tela e que, desta forma, é possível agir como bem entender: julgando, gerando ódio, apontando dedos, caluniando, humilhando, ridicularizando, expondo, e usando de racismo e preconceitos para provocar o caos na vida de alguém.

O “hater” muitas vezes é uma pessoa de autoestima baixa, complexos enraizados, carência afetiva latente e infeliz no que diz respeito à realidade em que vive. Ele evidencia sentimentos negativos, como:  a inveja, a raiva, o ódio, medo, raiva, ciúme, cobiça, arrogância, ressentimento, inferioridade, orgulho, superioridade, ego e tantas outras emoções ruins.

O ataque perverso gera prazer e estimula hormônios como a adrenalina e a oxitocina, além de provocar uma sensação de empoderamento ao “Hater” fazendo com que ele sinta uma espécie de prazer impulsivo através dos ataques que provoca na internet. Desta maneira, as redes sociais por terem a falsa proteção de camuflagem, incentivam o sujeito a fazer uso destes canais como forma de descarga dessa energia, ou, ainda, como um meio de extravasar as fantasias perversas mais inconscientes, as quais ele não teria incentivo ou coragem de realizar no mundo real.

Enfim, o mais indicado, é que suas vítimas não devem responder aos ataques ofensivos e criminosos recebidos, por mais doloroso que seja. Pois, responder e contra-atacar alimenta o “Hater” e fortalece seu discurso de ódio, já que ele passa a sentir que os holofotes estão voltados para si, potencializando ainda mais sua veia narcísica.

A denúncia deve ser feita nas delegacias especializadas no mundo virtual, para que os crimes praticados sejam investigados e não caiam na impunidade. O mundo virtual deve ser usado com moderação de forma a entreter e trazer informação, aproximando e não afastando ou adoecendo mentalmente os indivíduos.

Dra. Andréa Ladislau  / Psicanalista

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