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O Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde divulgam nesta terça-feira (19) um documento com críticas ao fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) por Covid-19, anunciada pelo Ministério da Saúde. Os profissionais de Saúde entendem que o governo não pode decarar o fim da pandemia por decreto e que a medida deixa o país sem um plano e sem instrumentos para enfrentar um eventual nova explosão da doença.
De acordo com o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga a medida é possível “graças à melhora do cenário epidemiológico à ampla cobertura vacinal da população e à capacidade de assistência do SUS”. Mas para o presidente do Conass, Nésio Fernandes, esse critério não está claro. “A partir de quantos internados na rede SUS, Sistema Único de Saúde, deve se considerar uma emergência de saúde?”, questionou.
O número de mortos e internados caiu na média nacional, mas existem desigualdades entre estados e municípios. No casos do Estado do Rio mesmo, há sete semanas com bandeira verde, há municípios em que a taxa de internação está zerada, tanto em leitos como UTIs, mas há outros, como Campos, por exemplo, em que as internações estão perto de 70% da capacidade do sistema.
A Organização Mundial da Saúde, por sua vez, criticou na semana passada, qualquer desmobilização dos esforços para combater a pandemia, uma vez que o coronavírus continua em circulação na maior parte do mundo e novas variantes continuam surgindo. Para a OMS, não se pode interromper os cuidados e muito especialmente a vacinação, que se mostrou a arma mais eficaz contra a doença.
Nésio Fernandes alertou que pelo menos 100 milhões de brasileiros ainda não estão com o ciclo vacinal completo contra a Covid-19. Para ele, a falta de um plano de operacionalização da vacinação contra a doença neste ano também é um problema. “Temos muitas vacinas, mas sem uma coordenação nacional, cada estado fará o que quer”.
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